Um programão para o seu fim de semana é o filme Moonage Daydream, que está em cartaz em alguns cinemas do país esta semana. Mais do que um documentário sobre David Bowie (1947-2016), o longa é uma experiência imersiva na obra de um dos maiores gênios da música mundial.
Ou, como diz o diretor Brett Morgen, “uma montagem orquestrada, uma experiência musical Imax”. A Tangerina teve acesso exclusivo a uma sessão de perguntas e respostas com o cineasta, responsável também por documentários como Cobain: Montage of Heck (2015), sobre o líder do Nirvana, e Crossfire Hurricane (2012), que marcou os 50 anos de estrada dos Rolling Stones.
Assista ao trailer de Moonage Daydream
Documentário sobre David Bowie estreia em setembro
No papo, entre muitos elogios a David Bowie, Morgen fez uma revelação interessante sobre Moonage Daydream. Os responsáveis pelo espólio do músico britânico não tiveram qualquer interferência no resultado final do filme.
“Eles falaram: ‘Faça ser seu’. A única orientação era que David não estaria aqui para autorizar o filme ou aprová-lo. Então é a ideia de Brett Morgen sobre David Bowie. Além disso, até hoje, eles foram incrivelmente solidários e me permitiram fazer o que eu quisesse”, assegurou o cineasta de 53 anos.
Filme fica em cartaz até o dia 21
Moonage Daydream segue em cartaz nos cinemas brasileiros até o dia 21, especialmente em salas Imax. O documentário é narrado pelo próprio David Bowie. As falas que ajudam a costurar a narrativa do filme saíram de diversas entrevistas televisivas que o músico deu ao longo de sua vida.
Outro atrativo é o extenso material de arquivo ao qual Morgen teve acesso, entre gravações, filmes, performances inéditas, desenhos e diários raros nunca divulgados. Para o diretor, inclusive, tudo isso deveria estar acessíveis aos fãs.
“Foi incrível ser a primeira pessoa a acessar este material. Já tinha acontecido o mesmo com The Rolling Stones. Com Bowie, em diversos momentos, eu queria abrir a porta, gritar e convidar o mundo para entrar na minha sala de edição e ver o que eu estava vendo”, afirmou o norte-americano. “O fã em mim quer ir ao YouTube e subir tudo, mas, obviamente, este não é minha função nem meu trabalho! Mas os arquivos foram emocionantes desde o primeiro dia até o último.”
Pôster de Moonage Daydream, novo documentário sobre David Bowie
Divulgação
Bowie amaria Moonage Daydream
O cineasta conta ainda que Moonage Daydream demandou nada menos que quatro anos de montagem, para absorver o melhor da pesquisa. Depois, mais 18 meses para editar a paisagem sonora, animações e paleta de cores. O filme é repleto de imagens sublimes e caleidoscópicas, condizentes aos visuais da carreira de David Bowie, e quase psicodélico em sua narrativa, que não é exatamente linear.
“Quando meu filho tinha 13 anos, ele assistiu ao filme e me falou algo de que eu gostei: ‘O que é mesmo legal do filme é que você não sabe o que vem em seguida. É como se fossem 52 filmes diferentes. Ele vai mudando de direção constantemente’. Quando você termina a sessão de Ziggy Stardust, você nunca pensa que vai para o David de 50 anos. Eu quis ter essas mudanças. Você acha que já falamos tudo sobre Ziggy, não espera que ele volta para [uma performance] de Rock and Roll Suicide”, adianta Brett Morgen.
O filho do cineasta gostou de Moonage Daydream, mas será que David Bowie iria curtir?
“Eu não posso responder a esta pergunta. Não é minha função, obviamente. Mas eu vou compartilhar com vocês… E isto me deixa um pouco desconfortável. Todos os parceiros e colegas dele a quem mostramos o filme disseram que David teria amado”, revelou.
Se você é fã de David Bowie e/ou de documentários musicais, não deixe de assistir a Moonage Daydream no cinema.