Top Gun: Maverick já está disponível na Paramount+ após trilhar uma bela jornada nos cinemas. O astro Tom Cruise recebeu aplausos de pé no prestigiado Festival de Cinema de Cannes, e o filme se tornou o mais bem avaliado da carreira do ator. Mas nada disso seria possível se a produção original lá de 1986 não tivesse existido. Um verdadeiro clássico adorado por si só e que marcou época. O fenômeno que o público atual está vivenciando em relação ao novo filme, foi experimentado há 36 anos por todos aqueles que puderam curtir Top Gun: Ases Indomáveis no auge de sua febre na cultura pop mundial. Além de curtir nas chamadas “festinhas americanas” o hit ‘Take my Breath Away’, da banda Berlin.
Top Gun: Ases Indomáveis foi um grande acerto da Paramount Pictures, um filme que quase ninguém levava fé, mas que se mostrou um sucesso estrondoso e uma produção que impulsionou a carreira de todos os envolvidos, em especial o ator Tom Cruise, que se tornaria um dos maiores astros de Hollywood a partir dali. Aqui, nesta nova matéria, iremos propor uma volta nostálgica no tempo (como de costume), lá para o ano de 1986. A ideia é relembrar com você os grandes sucessos do daquele ano nas telonas – com o top 10 das bilheterias daquela época mais que especial. Confira abaixo.
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Outro cult dos anos 80, este veículo para o comediante Eddie Murphy se tornou um dos longas mais emblemáticos da Sessão da Tarde – quem viveu no período deve lembrar bem de suas exibições. Igualmente uma produção da Paramount Pictures, O Rapto do Menino Dourado ficaria estigmatizado como um fracasso devido às críticas negativas – inclusive do próprio Murphy, que não gostou nada do produto final, afirmando que o roteiro inicial era bem melhor. Depois do filme, Murphy escreveria seus próprios roteiros para seus cinco longas seguintes. John Carpenter e George Miller foram cogitados para a direção, e quem estrelaria era Mel Gibson. Guardando similaridades com Os Aventureiros do Bairro Proibido (lançado no mesmo ano), o filme de Murphy ainda se deu melhor financeiramente, se mostrando a décima maior bilheteria de 1986. Com um investimento de US$25 milhões, o filme arrecadou US$80 milhões.
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Animações extremamente rentáveis não são coisa de agora. Que o diga o domínio que a Disney sempre possuiu de grandes bilheterias. Mas outros estúdios começavam a buscar seu lugar ao sol. E em 1986, não teve para a Toda Poderosa Disney, que comeu poeira nas bilheterias da Universal Pictures em parceria com a Amblin, de Steven Spielberg – um verdadeiro Midas dos anos 80. O cineasta resolveu homenagear sua família e em especial seu avô, num filme infantil voltado para a criançada. Na história o tema é a imigração de uma família de ratinhos russos para os EUA. O diretor daria inclusive o nome do avô Fievel para o protagonista desta aventura. O sucesso foi tanto que gerou uma continuação em 1991, com o ratinho no velho oeste, e depois uma série em desenho animado para a TV em 1992. Um Conto Americano arrecadou US$84 milhões ao redor do mundo.
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Aqui, no oitavo item da lista temos dois elementos que talvez os mais novos não conheçam muito bem. O primeiro é a presença do humorista Rodney Dangerfield, um dos maiores ícones da comédia norte-americana de todos os tempos – e também um astro do cinema, tendo um repertório de inúmeros sucessos em sua carreira, vide Clube dos Pilantras (1980). O segundo é o estúdio responsável por este filme, a Orion Pictures, que viveu seu auge nos anos 80 e 90, e agora ensaia um retorno. Aqui, a proposta era ter Dangerfield no papel de um ricaço resolvendo ir fazer faculdade ao lado do filho – uma trama inusitada por si só, e que rendeu uma espécie de remake com Melissa McCarthy em 2018, com o filme Alma da Festa. Com um orçamento de US$11 milhões, De Volta às Aulas rendeu US$91 milhões.
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Outro filme que erroneamente é considerado um fracasso devido às críticas não muito amistosas em sua época de lançamento, e assim caindo no esquecimento do público mais jovem com o passar dos anos. Mas Perigosamente Juntos, filme que o diretor Ivan Reitman fez após o sucesso estrondoso de Os Caça-Fantasmas (1984), foi uma das maiores bilheterias de 1986. Na trama, Robert Redford interpreta um promotor público que tem uma carreira brilhante pela frente. Isto é, até se envolver com sua rival, uma advogada de defesa (papel de Debra Winger) e sua imprevisível cliente, uma artista acusada de assassinato, vivida por Daryl Hannah. Aqui temos mais uma produção da Universal Pictures, que custou US$40 milhões e rendeu US$93 milhões.
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06) Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa
Antes de ser conhecida internacionalmente como Star Trek, a franquia espacial era carinhosamente tida como Jornada nas Estrelas aqui para os brasileiros. É um fato também conhecido que nesta franquia, os episódios pares são os bons, enquanto os ímpares são considerados os mais fracos. Assim, depois do elogiadíssimo Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan de 1982 (considerado o melhor com a tripulação clássica), em 1986 chegava o quarto episódio, que logo ganharia a honra de ser igualmente um dos mais queridos pelos fãs. Aqui, Kirk, Spock e a equipe da Enterprise volta no tempo, justamente para o ano de lançamento citado do filme, e se deparam com os costumes da época. Com produção da Paramount, A Volta para Casa custou US$25 milhões e rendeu US$109 milhões, se tornando o primeiro filme de 1986 aqui na lista a passar a barreira de US$100 milhões em bilheteria.
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Como podemos perceber até o momento na lista, a hegemonia das bilheterias é comandada pelos estúdios Paramount e Universal Pictures, mas outros grandes estúdios também estavam no páreo. O quinto lugar das bilheterias de 1986 era ocupado pela Columbia Pictures (hoje Sony), e uma de suas maiores franquias. Depois do sucesso absoluto da aventura juvenil Karatê Kid (1984), um dos filmes adolescentes sobre bullying mais queridos da história do cinema, é claro que os produtores não perderiam tempo e dariam sinal verde para novas investidas em Daniel San e o Sr. Miyagi – embora não necessariamente fosse pedido. Neste segundo episódio, os queridos personagens viajam até o Japão, para uma trama focada no sábio mestre. O segundo Karatê Kid rendeu US$115 milhões.
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Agora chega uma produção da extinta 20th Century Fox, comprada pela Disney e agora transformada em 20th Century Studios. É curioso notar o que o talentoso e megalômano diretor James Cameron conseguiu conquistar com essa continuação. Alien: O Oitavo Passageiro (1979) foi um sucesso de crítica e público, mas é um filme de suspense, terror e ficção científica – considerado “lento” para os padrões de hoje. Cameron pegou o conceito e o elevou à décima potência, aumentando os níveis de ação e o escopo da obra para a de um blockbuster. Aumentou não apenas o número de alienígenas para fazer estrago (no original era apenas um, na sequência centenas), mas também ampliou mundos e demonstrou como poderia ser visionário. Aliens é muito diferente de Alien, mesmo assim pertence ao mesmo universo. Com um orçamento de US$18.5 milhões, rendeu US$131 milhões.
Como dito, a Orion Pictures era uma das potências da sétima arte em Hollywood durante as décadas de 1980 e 1990. Neste período o estúdio teve a oportunidade de produzir não apenas alguns dos filmes mais queridos de todos os tempos pelos fãs, mas também de deixar seu nome gravado na história ao produzir vencedores do Oscar. Este é o caso com Platoon, drama de guerra dirigido por Oliver Stone, que saiu da maior noite do cinema com as estatuetas de melhor filme, diretor e mais duas técnicas, num total de 8 indicações. Esse é sem dúvida um filme de guerra diferente de Top Gun, por exemplo. Aqui, são expostas de forma nua e crua as experiências do próprio cineasta durante a Guerra do Vietnã, um dos períodos mais sofridos da história dos EUA. Com orçamento de US$6 milhões, Platoon arrecadou US$138 milhões.
O domínio das bilheterias de 36 anos atrás definitivamente foi da Paramount Pictures, ainda hoje um dos maiores, mais bem-sucedidos e celebrados estúdios tradicionais de Hollywood. E veremos isso com os dois primeiros lugares das bilheterias de 1986. Existem aqueles filmes que são o resumo de uma mágica ocorrida em determinada época, e que jamais consegue ser repetida. Sabe aquele dia incrível que vivemos e que ocorre desta forma devido a uma conjunção de diversos fatores e que por mais que tentemos depois, jamais conseguimos repetir. Pois bem, alguns filmes existem nesse mesmo plano astral. A mágica foi feita em Crocodilo Dundee, sem que o público de hoje consiga entender muito bem. Nem mesmo a continuação de 1988 conseguiu replicar tal sucesso e tampouco o terceiro filme de 2001. A mágica ficou apenas ali e não pôde ser transferida. Naquele ano, o mundo se rendeu ao caipira australiano de férias em Nova York e pronto para amar uma menina da cidade. Com orçamento de US$8.8 milhões, o filme rendeu impressionantes US$328 milhões mundiais.
Como dito, o domínio das bilheterias foi da Paramount, com nada menos que quatro filmes emplacados entre as maiores bilheterias do ano, incluindo os dois primeiros lugares. E por mais que Crocodilo Dundee tenha sido uma verdadeira febre em 1986, nenhum outro filme se compararia ao sucesso de Top Gun há 36 anos. E enquanto Platoon mostrava os horrores da guerra de forma bem realista, optando por ser uma denúncia e uma crítica, Top Gun seguia por um lado diferente, demonstrando a coragem dos militares e exaltando o heroísmo de homens e mulheres que arriscam suas vidas em nome do país. Top Gun tinha de tudo, aventura, ação e também muito romantismo. E ao contrário do segundo lugar da lista, que não conseguiria duplicar seu sucesso mesmo tentando duas vezes, Top Gun demonstraria que sua impressão na cultura pop se manteve tão forte, que 36 anos depois voltou a ser relevante a fazer sucesso com sua sequência tardia.