Um inimigo assustador espreita à Europa, segundo moradores e especialistas. É um invasor estrangeiro, sem relação com guerras. São as formigas-de-fogo-vermelhas (Solenopsis invicta), devoradoras vorazes e habitantes da América do Sul, que agora foram vistas pela primeira vez no continente.
Elas não são temidas à toa: fazem ninhos sob estruturas e podem destruir construções, devastam grandes áreas de vegetação e causam prejuízos de bilhões de dólares, além de não temerem outros animais.
Possuem uma picada dolorosa e com veneno razoável. São registrados até casos em que grupos imensos delas mataram cabeças de gato, além de serem capazes de destruir equipamentos eletrônicos caros.
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Em enchentes, elas se unem em estruturas similares a jangadas, onde flutuam e sobrevivem. Além disso, são capazes de unir-se em pontes e invadir áreas relativamente isoladas.
E por todos esses motivos, cientistas apontam as formigas-do-fogo como uma das piores espécies invasoras do mundo. Nativas do Brasil, Paraguai e Uruguai, elas foram introduzidas acidentalmente na Austrália (claro!), Estados Unidos, Canadá, China e alguns países caribenhos. A Nova Zelândia é o único país do mundo que a erradicou com sucesso.
Recentemente, insetos da espécie foram vistos na Itália, causando certo temor entre especialistas em equilíbrio natural.
Pelo menos desde 2019, pesquisadores do Instituto de Biologia Evolutiva da Espanha encontraram 88 ninhos de formigas-do-fogo na ilha italiana da Sicília, já com milhares de indivíduos.
Testes de DNA das rainhas dos ninhos revelaram que essas vieram de populações de formigas da China e Estados Unidos, embora ainda não se sabe exatamente como. Como várias cidades europeias são portos internacionais, o temor é que as formigas se espalhem ainda mais rapidamente nos próximos anos.
Agora, os cientistas pediram ajuda da população para ficar de olho em possíveis rastros, ninhos ou mesmo se forem picados por formigas da espécie.
“Os cidadãos podem desempenhar um papel muito importante neste contexto. Esperamos que, com a ajuda deles, possamos cobrir uma área mais ampla. Isso nos ajudará a rastrear e localizar todas as possíveis áreas invadidas na região”, afirmou Mattia Menchetti, biólogo da Universidade de Florença, em um comunicado oficial.
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