Saúde
Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 24/11/2023Última atualização: 24/11/2023
Publicado em: 24/11/2023Última atualização: 24/11/2023
A sarcopenia, reconhecida como uma condição pela Organização Mundial da Saúde desde 2016 (CID-10 M 62.84), representa uma alteração na musculatura esquelética, geralmente associada ao envelhecimento.
Esta condição é marcada pela diminuição da força e da massa muscular, o que pode, por sua vez, comprometer significativamente o desempenho físico.
O termo “sarcopenia” em si carrega consigo o significado literal de “perda da carne”, indicando claramente a redução da massa muscular, conhecida como massa magra, no corpo.
A perda muscular resultante da sarcopenia não apenas afeta a força física, mas também pode contribuir para a diminuição da mobilidade, aumento do risco de quedas e impacto negativo na qualidade de vida.
A incidência da sarcopenia no Brasil é mais prevalente entre as mulheres, sobretudo após a menopausa, com uma taxa de 20%, comparada a 12% nos homens.
Estima-se que essa condição afete aproximadamente de 5 a 13% da população com mais de 60 anos, aumentando consideravelmente para até 50% entre aqueles com mais de 80 anos.
Essa disparidade entre os gêneros têm envolvimento dos hormônios sexuais femininos, pois a diminuição dos níveis de estrogênio associada à menopausa pode desempenhar um papel significativo na perda de massa muscular e na redução da força em mulheres mais velhas.
Atingindo níveis ainda mais preocupantes em idosos com mais de 80 anos, a sarcopenia nesta fase da vida pode representar um desafio significativo para a independência funcional e a qualidade de vida.
Continue lendo o texto para entender melhor sobre essa condição tão comum que surge à medida que envelhecemos!
Índice:
- O que é sarcopenia?
- Quais os sintomas?
- Sarcopenia mata?
- Causas da sarcopenia
- Existe sarcopenia em jovens?
- Formas de tratamento
- Tem cura?
O que é sarcopenia?
A sarcopenia é um distúrbio muscular esquelético progressivo e que caracteriza-se pela rápida perda de massa e função muscular.
Essa condição está diretamente associada a uma série de possíveis comprometimentos, tais como quedas, perda da independência, fragilidade e aumento da mortalidade.
Sua ocorrência é comum como um processo relacionado à idade em idosos e é influenciada não apenas por fatores do tempo, mas também por elementos genéticos e de estilo de vida.
Dentre os fatores contribuintes, destacam-se o envelhecimento, falta de atividade física, comprometimento neuromuscular, a resistência ao anabolismo pós-prandial, a resistência à insulina e muito mais.
A identificação precoce da doença é essencial para um tratamento e cuidados são essenciais para prevenir seus desdobramentos adversos.
Diferença de sarcopenia e caquexia?
A caquexia é desencadeada por um desequilíbrio energético negativo e por anormalidades no metabolismo, resultando em uma perda generalizada de massa corporal, incluindo massa muscular, gordura e outros tecidos.
Além da diminuição da massa muscular, a perda de peso significativa e a falta de apetite são características distintivas desse quadro.
Por outro lado, a sarcopenia é mais especificamente caracterizada pela perda de massa muscular e redução da função dos músculos.
Seus mecanismos fisiopatológicos são complexos e interdependentes, envolvendo fatores como envelhecimento, inatividade física, comprometimento neuromuscular, resistência ao anabolismo pós-prandial, fatores endócrinos, estresse oxidativo e entre outros.
Embora a perda de massa muscular seja um ponto em comum entre essas duas condições, as causas e os desdobramentos clínicos diferem.
Leia mais: Mente ativa: sinônimo de envelhecimento saudável, diz estudo
Quais os sintomas?
O sinal mais claro da sarcopenia é a redução da força e massa muscular, que traz consigo uma variedade de sintomas que podem ter impactos significativos tanto a curto quanto a longo prazo.
Pessoas afetadas frequentemente experienciam:
- Dificuldades em realizar tarefas diárias, como carregar objetos ou pesos;
- Caminhar curtas distâncias;
- Levantar-se sem apoio;
- Subir degraus;
- Quedas frequentes;
- Dificuldade de manter o equilíbrio;
- Movimentos lentos.
Infelizmente, é comum relatos de quadros depressivos por conta da falta de independência, o que também afeta o manejo do estresse da pessoa.
Esses sintomas podem se desenvolver de maneira gradual, muitas vezes passando despercebidos. O processo é frequentemente encarado como parte natural do envelhecimento, e as limitações resultantes podem ser erroneamente atribuídas à idade.
Complicações
Como vimos, a sarcopenia acarreta uma série de efeitos adversos que vão desde a incapacidade funcional até distúrbios metabólicos, aumentando a vulnerabilidade da pessoa.
Entre essas consequências estão o comprometimento da qualidade de vida, desenvolvimento de:
- Osteoporose;
- Dislipidemia;
- Aumento do risco cardiovascular;
- Distúrbios e síndromes metabólica e imunossupressão;
- Prejuízos funcionais.
As consequências dessa condição vão além da mera perda de massa muscular, tendo um impacto em diversos aspectos da saúde e do bem-estar.
Os efeitos negativos da sarcopenia são ainda mais pronunciados em pessoas que apresentam não apenas uma redução da massa muscular, mas também um acúmulo significativo de massa gorda.
Essa condição é conhecida como obesidade sarcopênica e representa uma combinação complexa de fatores de risco, agravando ainda mais os impactos adversos na saúde.
Sarcopenia mata?
Esta condição, que frequentemente acompanha o processo natural de envelhecimento, apresenta consequências graves para a saúde global.
A relação entre sarcopenia e mortalidade está enraizada em diversos mecanismos fisiopatológicos complexos. A perda de massa muscular está intrinsecamente ligada à diminuição da força muscular e ao comprometimento da funcionalidade física.
Isso, por sua vez, resulta em uma série de desdobramentos negativos, como a redução da capacidade de locomoção, a propensão a quedas e a perda da independência funcional.
Além disso, a patologia está associada a uma série de condições de saúde coexistentes, como doenças cardíacas, diabetes e outras doenças crônicas.
Essas condições, quando combinadas com a sarcopenia, aumentam significativamente a vulnerabilidade do indivíduo a complicações de saúde mais sérias, contribuindo para um aumento do risco de óbito.
Causas da sarcopenia
As origens da sarcopenia abrangem diversos fatores, indo além do simples processo natural de envelhecimento. Entre as causas conhecidas, destacam-se:
Doenças crônicas
A presença de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas e condições respiratórias, pode acelerar o processo de sarcopenia.
O impacto dessas condições no metabolismo e na função muscular contribui para a perda de massa muscular e, consequentemente, para a debilitação física.
Estilo de vida
Um estilo de vida sedentário é uma das principais causas da sarcopenia. A falta de atividade física regular compromete a estimulação e o desenvolvimento muscular, resultando na perda progressiva de massa muscular ao longo do tempo.
Perda de mobilidade
A redução da mobilidade, seja devido a lesões, cirurgias ou condições de saúde crônicas, pode contribuir significativamente para o desenvolvimento da sarcopenia. A falta de movimentação adequada limita o estímulo muscular necessário para manter a força e a funcionalidade.
Desnutrição
A desnutrição, caracterizada pela ingestão inadequada de nutrientes essenciais, desempenha um papel crucial na sarcopenia.
A carência de proteínas e outros nutrientes necessários para a saúde muscular compromete a capacidade do corpo de manter e reparar a massa muscular.
Leia mais: O que é Desnutrição, causas, tipos, sintomas, em crianças
Existe sarcopenia em jovens?
Apesar de a sarcopenia causada principalmente pelo envelhecimento ser considerada uma condição degenerativa, existem casos de jovens possuírem a condição.
A perda de massa muscular, geralmente vinculada ao processo fisiológico do envelhecimento, é denominada sarcopenia primária. Contudo, quando essa condição se manifesta devido a outros fatores além do envelhecimento, é chamada de sarcopenia secundária.
Nesse contexto, a perda de massa muscular em jovens caracteriza-se como sarcopenia secundária, que pode ser desencadeada por:
- Estilo de vida sedentário;
- Péssimos hábitos alimentares;
- Tabagismo;
- Excesso de bebidas alcóolicas;
- Predisposição genética;
- Distúrbios no sistema muscular;
- Em decorrência de condições como câncer;
- Entre outros motivos.
Formas de tratamento
- Atividades físicas: principalmente as que incorporam exercícios de resistência, como musculação, desempenham um papel fundamental no tratamento da sarcopenia. Esses exercícios visam fortalecer os músculos e promover o desenvolvimento da massa muscular;
- Fisioterapia: profissionais da área são capazes de empregar técnicas específicas para melhorar a função muscular, restaurar a mobilidade e proporcionar suporte na recuperação do paciente;
- Acompanhamento nutricional: um acompanhamento nutricional especializado é essencial para estabelecer uma dieta enriquecida em proteínas, fornecendo os nutrientes necessários para a regeneração e crescimento muscular;
- Suplementação: como whey protein, vitamina D, creatina e BCAA, é uma estratégia utilizada para otimizar os nutrientes essenciais ao desenvolvimento muscular. Esses suplementos contribuem para a síntese de proteínas e melhoram o desempenho durante os exercícios;
- Reposição de vitamina D: pode ser incluída no tratamento contribuindo para a manutenção e fortalecimento dos músculos.
Ter a supervisão de um profissional especializado é a forma garantir a adequação do plano de tratamento às necessidades individuais, maximizando os benefícios e minimizando riscos.
Leia mais: Falta de vitamina D pode causar doenças e riscos à saúde
Tem cura?
Embora a sarcopenia não tenha uma cura definitiva devido a ser um processo natural ao envelhecimento, estudos indicam que é possível controlar essa condição por meio de um plano de tratamento e da manutenção de um estilo de vida saudável, fundamentado em atividades físicas regulares e uma alimentação equilibrada.
A inclusão de alimentos ricos em proteínas, cálcio, colágeno e vitamina D torna-se indispensáveis para uma vida mais balanceada. Esses nutrientes desempenham um papel vital na reconstrução celular e muscular, conferindo maior energia, força e disposição para enfrentar as demandas diárias.
Além do foco na nutrição, alcançar uma vida mais saudável implica em abandonar hábitos prejudiciais, como o consumo de cigarro e álcool, que têm impactos negativos em nosso corpo a longo prazo.
A qualidade do sono também é um fator determinante, pois é durante esse período que nosso organismo se dedica à restauração e reparo dos danos diários.
Como é possível de imaginar, a principal prevenção não somente contra a sarcopenia mas com inúmeras condições associadas à idade é com cuidados em todas as fases da vida, destacando a importância de uma alimentação equilibrada que inclua proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais.
A prática regular de atividade física, de preferência orientada por um profissional especializado contribui para a preservação da massa muscular e promove a saúde geral.
Sem esquecer de realizar consultas periódicas ao médico para monitorar a saúde, identificando precocemente possíveis condições que poderiam impactar negativamente sua longevidade.
Se você gostou do conteúdo deste artigo, não deixe de acompanhar o Minuto para mais assuntos sobre bem-estar, saúde e cuidados para um envelhecimento saudável.