Liberada recentemente, a nova edição do Terceiro Catálogo de Pulsares de Raios Gama do Telescópio de Grande Área Fermi chegou recheada com 294 novas estrelas de nêutrons que emitem pulsos de radiação extremamente energética. É um progresso impressionante, desde que o telescópio espacial foi lançado em junho de 2008.
Produzida por uma equipe internacional de astrônomos, liderada pelo Laboratório de Astrofísica de Bordeaux em Gironde, na França, a nova coletânea de pulsares totaliza agora mais de 340 objetos, com 34 suspeitos aguardando confirmação. O número detectado supera em 27 vezes o número de pulsares conhecidos antes do lançamento da missão. O catálogo está disponível em um suplemento da revista The Astrophysical Journal.
Sobre a utilidade do catálogo, o diretor de pesquisa do laboratório francês, David Smith, que coordenou o estudo, explica em comunicado que “Os pulsares abordam uma ampla gama de pesquisas astrofísicas, desde raios cósmicos e evolução estelar, até a busca por ondas gravitacionais e matéria escura”.
Que tipo de estrela são os pulsares?
Considerados os objetos mais intensos e extremos do Universo, os pulsares são uma subcategoria de estrela de nêutrons, que possuem o tamanho de uma cidade terrestre, mas uma massa maior que a do nosso Sol. Eles são os núcleos colapsados de antigas estrelas massivas cujas massas foram insuficientes para formar um buraco negro.
A diferença entre uma estrela de nêutrons comum e um pulsar é, como o nome já diz, a pulsação. Pulsares emitem poderosos jatos de radiação de seus polos, e giram 716 vezes por segundo, como se fossem poderosos faróis na noite cósmica. Essa pequena bola com menos de 27 quilômetros de largura é a matéria mais densa que os astrônomos já foram capazes de estudar.
Qual a importância dos pulsares?
Os pulsares são muito úteis quando se trata de marcação de tempo. Isso porque aqueles conhecidos como pulsares de milissegundos (MSPs) conseguem completar suas rotações em até dez milissegundos cada. Dos novos objetos detectados, 144 são MSPs, com possibilidade de uso em navegações espaciais do crescente número de missões que têm chegado às estrelas ultimamente.
Outra aplicação dos pulsares é usá-los para detectar ondas gravitacionais, as ondulações na curvatura do espaço-tempo previstas por Einstein. O ritmo desses objetos pulsionais podem sugerir expansões e contrações resultantes de um evento massivo no espaço, que permita a realização de testes de relatividade.
Antes do Fermi, diz o coautor Lucas Guillemot, da Universidade de Orleans, “não sabíamos se os MSPs seriam visíveis em altas energias, mas acontece que eles irradiam principalmente em raios gama, e agora constituem metade do nosso catálogo”. E desse total, pelo menos 45 são pulsares “aranha”, sistemas binários nos quais o pulsar suga material de sua estrela companheira, e passa a girar ainda mais rapidamente.
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