Uma das gigantes do futebol espanhol, o Sevilla FC, viveu momentos de tensão durante sua última assembleia de acionistas. Diante dos vergonhosos acontecimentos dos últimos dias, como apontou o presidente José Castro, o clima na sala era de desconforto e abucheos.
No início da assembleia foram detalhadas as cifras de assentos: 92.117 ações representadas, o que significa 89,03% do capital social do clube presente na reunião. Depois das explicações introdutórias do secretário do conselho, a primeira intervenção de Del Nido Benavente jogou mais lenha na fogueira.
“Represento 46.059 ações, mais da metade que há aqui”
Del Nido Benavente, que representa mais da metade das ações representadas na junta, criticou o curto prazo que teve para analisar uma informação econômica extensa da entidade, que lhe foi entregue apenas duas horas e meia antes da assembleia. Essa situação, segundo ele, “viola o direito à informação”.
Após esse primeiro “choque de atenção” ao presidente José Castro, a assembleia prosseguiu. O discurso inaugural de Castro destacou a conquista da sétima Europa League, reforçando a presença consistente do Sevilla em competições europeias.
Planos para o futuro e números em vermelho
Apesar das conquistas, Castro não escondeu o descontentamento com os números financeiros do clube. O Sevilla apresenta prejuízos, mas o presidente enfatizou que foram necessários para redirecionar a trajetória esportiva do clube.
O vice-presidente e futuro presidente, Del Nido Carrasco, anunciou a remodelação do estádio, projeto que comportará 55.000 espectadores, terá cobertura total e um prazo de construção de dois anos a partir de 2026. O investimento será de aproximadamente 300 a 350 milhões de euros, e Carrasco enfatizou que isso não comprometerá a viabilidade esportiva do clube.
As contas do clube foram postas a votação. As do curso anterior, com perdas de 24,8 milhões, foram rejeitadas pela maioria das ações representadas. As do exercício 22/23, com perdas de 19,2 milhões, também foram rejeitadas.
O futuro de Monchi e a manutenção do Conselho
Um dos principais pontos abordados foi a saída do diretor esportivo Monchi, que deixou o Sevilla para ingressar no Aston Villa. Del Nido Carrasco explicou que Monchi estava desgastado em seu papel no Sevilla, mas que o clube não lhe perdoou nenhuma quantia acordada.
A assembleia encerrou-se após quase cinco horas de discussões, continuando a controvérsia sobre a gestão financeira atual e com o Conselho de Administração mantendo-se no poder, apesar das críticas e rejeição às contas apresentadas pelos acionistas.