Roupas tecnológicas geram calor, recarregam celular e viram tela ‘touch’ – Zonatti Apps

Roupas tecnológicas geram calor, recarregam celular e viram tela ‘touch’

?Chegamos a um material com quase 70% de transparência, alta condutividade e tensão gerada de até 172 V. Com a eletricidade fornecida, é possível acender até 56 lâmpadas LED e alimentar pequenos dispositivos eletrônicos?, conta Oliveira, que detalhou esses resultados em um artigo publicado em janeiro de 2023 no periódico científico Nano Energy. Segundo ele, no futuro, as principais aplicações de nanogeradores desse tipo seriam em calçados, já que uma caminhada produz o movimento contínuo necessário para gerar energia suficiente para carregar um celular.

Outro problema, além de gerar energia, é armazená-la. Com esse propósito, Oliveira criou linhas de algodão condutoras e quimicamente modificadas para servir como eletrodos e funcionar com supercapacitores ? dispositivos capazes de estocar energia. Nesse caso, gerada pelo movimento do corpo.

Os fios de algodão se tornaram capazes de produzir e armazenar energia após receberem uma camada dupla de nanotubos de carbono e grafeno, coberta por um polímero plástico. Conforme descrito em um artigo publicado em abril de 2018 na revista ACS Applied Materials & Interfaces, dois fios, um com carga positiva e outro negativa, separados por uma cola de hidrogel, são costurados a uma luva, que também aquece e tem propriedades antibacterianas.

?O polímero que reveste os fios armazena a energia para uma descarga com duração entre dois e seis minutos?, diz ele. Seu plano é criar dispositivos que sejam capazes de manter a carga armazenada por mais tempo. À medida que avançar, essa técnica poderia ir além da indumentária. ?Poderia integrar marca-passos, alimentados pela movimentação do próprio corpo, dispensando a troca de bateria?, vislumbra Oliveira.

Com o tempo, as roupas ou a própria pele podem também se tornar um cabide de dispositivos que acompanham a saúde. No Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), o físico Osvaldo Oliveira Júnior fez um biossensor que analisa o teor de ureia do corpo por meio do suor, importante para acompanhar o funcionamento dos rins, como detalhado em um artigo publicado em março na revista Biosensors and Bioelectronics.

Bolsa da AG Têxtil com bateria e antena bluetooth pode se conectar ao celular e reproduzir música Imagem: AG Têxtil

As pesquisas internacionais, segundo o pesquisador do IFSC-USP, indicam que há três grandes áreas para os dispositivos vestíveis se desenvolverem. ?Uma delas é a saúde, com sensores capazes de monitorar diversas propriedades do corpo por meio do suor e outros fluidos.? Há 20 anos, seu grupo explorou formas de agregar novas funções aos tecidos ao desenvolver um protótipo com nanopartículas de prata com propriedades bactericidas e outro antiodor.

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