Autoridades da Coreia do Sul prenderam dois ex-funcionários da Samsung na última sexta-feira (15). Eles foram acusados de vender segredos relacionados à produção de memória DRAM para a empresa chinesa ChangXin Memory Technologies (CXMT). O vazamento teria resultado em um prejuízo bilionário para a fabricante dos celulares Galaxy.
De acordo com o The Korea Economic Daily Global Edition, os antigos funcionários da gigante sul-coreana repassaram informações sobre a tecnologia de chips de memória DRAM de 16 nm desenvolvida pela Samsung à CXMT. A “colaboração” teria rendido alguns milhões de dólares em salários anuais para ambos.
O desenvolvimento da tecnologia vazada para a CXMT leva anos de pesquisa.Fonte: Getty Images/Reprodução
Identificado apenas pelo sobrenome Kim, um dos acusados trabalhava em tempo integral como gerente da Samsung até 2016. Após se aposentar, foi contratado pela marca sediada na China, quando teria compartilhado detalhes a respeito da tecnologia de deposição de semicondutores.
Não há maiores informações sobre o outro homem preso, identificado pelo sobrenome Bang, citado como “ex-subcontratado da Samsung”. Ambos retornaram para a Coreia em outubro e estavam sendo investigados por violação da Lei de Prevenção e Proteção de Vazamento de Tecnologia Industrial do país, com as autoridades obtendo evidências suficientes para a detenção dos dois.
Outros possíveis vazamentos serão investigados
Dados do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) sugerem que pelo menos outros sete processos de fabricação de semicondutores da Samsung podem ter vazado para a fabricante chinesa. Dessa forma, a investigação deve ser ampliada em breve, averiguando a participação de mais pessoas além dos dois detidos agora.
Responsável por controlar cerca de 40% do mercado de memória DRAM, a Samsung teve um prejuízo de US$ 1,8 bilhão (R$ 8,8 bilhões pela cotação atual), conforme os promotores. O vazamento também teria diminuído drasticamente a distância tecnológica entre ela e a concorrente.
À Reuters, a CXMT se limitou a dizer que “respeita os direitos de propriedade intelectual e tem um mecanismo robusto para impedir a entrada de informações de terceiros”. A empresa chinesa se recusou a comentar este caso específico, envolvendo os ex-funcionários da Samsung presos.