Um foguete New Shepard, da Blue Origin, foi lançado nesta terça-feira (19), marcando o retorno ao espaço da empresa, fundada pelo bilionário americano Jeff Bezos, mais de um ano depois de um acidente.
Dez minutos depois do lançamento, a cápsula da missão não tripulada NS-24, que continha material científico, pousou no deserto, segundo uma transmissão ao vivo.
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A volta ao espaço era necessária para que a empresa possa retomar as viagens de turismo espacial, que já permitiram que 31 pessoas passassem alguns minutos além do limite da atmosfera terrestre.
O foguete decolou com sucesso do oeste do Texas, às 16h43 GMT (13h43 em Brasília). Seu motor principal, que é reutilizável, pousou sem complicações menos de oito minutos depois, nas planícies áridas do sul dos Estados Unidos.
O lançamento, inicialmente previsto para segunda-feira, foi adiado “devido a um problema com os sistemas terrestres”, informou a Blue Origin na rede social X.
Acidente em 2022
A missão não leva tripulantes a bordo, mas sim experimentos científicos, dos quais mais da metade foram desenvolvidos com o apoio da Nasa.
A cápsula que continha esse equipamento pousou no deserto com a ajuda de paraquedas 10 minutos após a decolagem, e depois de ter ultrapassado o limite do espaço, voando por alguns momentos até 107 km acima da Terra.
O acidente ocorrido em setembro de 2022 provocou a queda do módulo de propulsão do foguete, que, naquele momento, tampouco transportava passageiros.
O regulador de aviação americano (FAA) abriu uma investigação, que concluiu em setembro que o acidente foi causado por “uma temperatura mais alta do que o esperado em um bico do motor”.
Para poder retomar os voos, a FAA pediu à empresa que fizesse mudanças, como, por exemplo, alterar o design de determinados componentes do motor.
O regulador confirmou à AFP que havia aprovado a licença de voo modificada apresentada pela Blue Origin.
Novos horizontes
No total, a empresa realizou seis voos tripulados (alguns passageiros eram clientes pagantes e outros voaram como convidados) desde julho de 2021, quando o próprio Bezos participou do primeiro deles.
Durante o tempo em que a Blue Origin permaneceu em terra, sua concorrente, a Virgin Galactic, fundada pelo milionário britânico Richard Branson, avançou, registrando cinco voos comerciais este ano.
As duas empresas competem no emergente setor do turismo espacial, operando no espaço suborbital.
A Blue Origin lança um pequeno foguete verticalmente. Já a Virgin Galactic utiliza um grande avião para ganhar altitude, que leva acoplada uma nave menor, propulsada por um foguete que conclui a viagem ao espaço.
Nos dois casos, os passageiros desfrutam por alguns minutos da falta de gravidade e podem contemplar a Terra através de grandes vidraças.
As passagens da Virgin Galactic foram vendidas por 200.000 a 450.000 dólares (entre R$ 973.000 e R$ 2,1 milhões). A Blue Origin não divulga os preços que cobra.
A empresa de Bezos pode se gabar de que quase toda a sua plataforma de foguetes é reutilizável, inclusive o propulsor, a cápsula, o motor, o trem de pouso e o paraquedas.
Seu motor é movido a oxigênio líquido e hidrogênio, o que significa que o único subproduto do voo é vapor d’água, sem emissões de carbono.
A Blue Origin também desenvolve um foguete pesado com fins comerciais chamado New Glenn, cujo voo inaugural está previsto para o ano que vem. Com 98 metros de altura, ele foi projetado para levar cargas de até 45 toneladas métricas para a órbita terrestre baixa.
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