Em meados da década de 50, o ‘Rei dos Monstros’ ficou conhecido como uma criatura icônica do cinema japonês em ‘Godzilla’.
Nesse primeiro filme, os sentimentos pós-nucleares do território japonês após a Segunda Guerra Mundial foram refletidos.
Ao longo das décadas, ‘Godzilla’ se tornou um símbolo cultural, estrelando inúmeros filmes, séries de TV, quadrinhos e outros tipos de mídia, tanto no Japão quanto internacionalmente.
O personagem também evoluiu para representar várias mensagens sociais e políticas ao longo do tempo, tornando-se um dos ícones mais duradouros do cinema de monstros.
Para produzir um longa de ‘Godzilla’ hoje com as novas tecnologias, haveria oportunidades emocionantes para elevar o nível de realismo e impacto visual, mas também exigiria uma abordagem cuidadosa e criativa para superar os desafios técnicos e atender às expectativas do público.
Nesse sentido, foi justamente a pouca tecnologia audiovisual disponível na época da primeira versão que fez com que a equipe de produção passasse por uma situação inusitada.
Como a equipe de ‘Godzilla’ foi confundida com terroristas?
Godzilla na versão clássica do filme – Imagem: Reprodução
Eiji Tsuburaya, renomado diretor de efeitos especiais, estava examinando a região de Ginza em Tóquio para reconstruir o modelo que seria destruído pelo temível monstro.
Enquanto Tsuburaya fazia seu trabalho, a segurança local interpretou a ação de maneira suspeita e houve discussões sobre possível destruição.
Assim, a criação de ‘Godzilla’ não foi uma tarefa fácil, e Tsuburaya e sua equipe enfrentaram desafios significativos para conseguir o efeito visual que retratasse o personagem como o monstro gigantesco.
Para alcançar isso, o diretor e sua equipe precisaram reconstruir uma maquete de Tóquio em escala 1/25, o que culminou na breve detenção de Tsuburaya após ser mal-interpretado pelas autoridades.
Esse incidente é relatado no livro ‘Godzilla on My Mind: Fifty Years of the King of Monsters’ (2017), no qual é descrito como Tsuburaya foi confundido com um terrorista enquanto examinava a cidade.
Na verdade, a equipe estava em um prédio observando o bairro de Ginza com o objetivo de recriá-lo na maquete para as cenas de destruição programadas para o dia seguinte das filmagens.
Infelizmente, um guarda próximo ouviu parte da conversa e interpretou erroneamente como um plano de ataque à cidade. Após esclarecer o mal-entendido, Tsuburaya foi liberado pelas autoridades.
No filme, a sequência planejada é aquela em que o monstro emerge do mar e avança em direção à cidade, destruindo algumas construções e derretendo duas torres de transmissão com seu bafo atômico.
A breve prisão de Tsuburaya foi recompensada, e sua maquete em escala 1/25 tornou-se uma das características mais marcantes dos efeitos especiais da época.
Por fim, a ideia da maquete ainda foi empregada por outros diretores que se aventuraram nas próprias versões do monstro e em produções de ficção científica, como ‘Star Wars’.