Com mais de 1 milhão de casos de dengue no Brasil, o governo federal realiza neste sábado (2) o ‘Dia D’ contra a dengue em todo o país. A mobilização nacional pretende convocar a sociedade civil, influenciadores digitais, mídia e atores locais para conscientizar e reforçar as ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito.
Com o tema “Dez minutos contra a dengue”, a ação terá a participação maciça de agentes de saúde, ministros, governadores, prefeitos e secretários para serem porta-vozes do combate ao mosquito Aedes aegypti.
De acordo com dados do painel de monitoramento do Ministério da Saúde, o número registrado no fim de fevereiro era de 1.017.278 casos. Comparativamente, no ano anterior, essa marca só foi alcançada na semana epidemiológica 18, entre os dias 30 de abril e 6 de maio. Além disso, já foram registradas 214 mortes devido à doença, com outras 687 sendo investigadas.
O Distrito Federal é a região com o maior coeficiente de incidência no país, seguido por Minas Gerais, Acre, Espírito Santo e Paraná. Segundo a pasta, 492 cidades já receberam os imunizantes contra a doença até o momento. E a faixa etária mais acometida é a de 30 a 39 anos, seguida por aqueles que têm entre 40 a 49 e 50 a 59. Mulheres são as mais infectadas pela dengue (55,4%).
Devido ao aumento de casos, seis estados brasileiros (Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina) e o Distrito Federal decretaram estado de emergência em saúde pública devido à dengue. Em resposta a essa situação, o Ministério da Saúde anunciou a realização de um Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue no próximo sábado (2), como parte dos esforços para conter o avanço da doença.
Durante uma coletiva de imprensa nesta semana, a ministra da saúde, Nísia Trindade, alertou sobre a antecipação do pico de dengue, que normalmente ocorria em abril. Além disso, anunciou que o Ministério da Saúde irá divulgar nesta sexta-feira (1º) uma orientação específica para o atendimento médico de mulheres grávidas diagnosticadas com dengue.
“Na sexta-feira vamos divulgar o manejo clínico das gestantes para ter esse atendimento. E falando do ‘Dia D’, é importante destacarmos que essa união é fundamental, tem que ser um esforço nacional. Precisamos mostrar para a população a atuação conjunta de todas as esferas do governo: federal, estadual e municipal. Não podemos ter estados que não participem dessa campanha, podemos ter particularidades de cada região, mas todos devem se unir”, disse Nísia Trindade.
Gestantes com dengue
O Brasil registrou 5.151 casos de gestantes infectadas pela dengue nas seis primeiras semanas epidemiológicas de 2024 – até 10 de fevereiro. Esse número representa um aumento de 345,2% em comparação ao mesmo período de 2023, quando foram 1.157 diagnósticos.
A região Sul apresentou o maior aumento percentual, com 1.088,7%, seguido do Sudeste (392,2%) e Centro Oeste (346,3%). Os dados constam no Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério, divulgado nessa sexta-feira (1º), pelo Ministério da Saúde.
Segundo o documento, mulheres grávidas têm um risco maior de desenvolver a forma grave da doença do que as não gestantes. Do total de casos registrado neste ano, 4,4% evoluíram para um quadro considerado crítico.