Ao considerar a infinidade de planetas possivelmente habitáveis em nossa galáxia, a tarefa de busca por seres extraterrestres torna-se consideravelmente desafiadora.
No entanto, a inteligência artificial (IA) está se tornando uma ferramenta cada vez mais valiosa no campo da astrobiologia.
Isso se deve à sua capacidade de lidar com vastas quantidades de dados, possibilitando o reconhecimento de anomalias e a identificação de sinais que poderiam ser perdidos nos métodos tradicionais.
Procurando agulhas em um palheiro
A contribuição da IA na detecção de vida alienígena – Imagem: Reprodução
Bill Diamond, presidente-executivo do instituto de pesquisa SETI Institute (Search for Extraterrestrial Intelligence), descreve a busca por vida além do Sistema Solar como procurar uma agulha em um palheiro.
De acordo com Diamond, a IA está desempenhando um papel cada vez mais crítico nessa busca. A tecnologia permite a análise de novos tipos de sinais de rádio que podem ser emitidos por tecnologias alienígenas avançadas.
Estes sinais, que se assemelham mais a ruído em métodos tradicionais, podem ser decodificados pela b, que busca padrões dentro da vasta quantidade de dados.
Novas descobertas
Um exemplo da aplicação da IA nesse campo é o projeto ‘Breakthrough Listen’, que realiza varreduras em um milhão de estrelas e cem galáxias, procurando evidências de vida tecnológica.
A equipe empregou um sistema inovador de inteligência artificial na análise de dados telescópicos, diferenciando entre sinais potenciais de alienígenas e interferências.
Até o momento, foram identificados oito possíveis sinais de origem extraterrestre que escaparam à detecção das análises convencionais.
Procurando vida mais próxima de casa
Entretanto, a busca por extraterrestres não se limita a longas distâncias.
O rover Perseverance da NASA tem coletado amostras da cratera Jezero em Marte, e já foram encontrados compostos orgânicos que podem indicar a presença de vida no planeta.
A equipe do Carnegie Institution for Science está utilizando a IA para analisar as amostras de rochas e buscar sinais de vida presente ou passada, distinguindo materiais antigos vivos e não vivos com quase 90% de precisão.
Embora os resultados promissores gerados pela IA ainda precisem de validação adicional, o progresso nos esforços de busca por vida extraterrestre é indiscutível.
Com a crescente coleta e análise de dados, as chances de detectar vida alienígena aumentam. E, como diz Diamond: “O progresso é medido pela escala do esforço, e não pelos resultados ainda”.
Enquanto continuarem havendo recursos para a exploração, a esperança de encontrar vida extraterrestre se mantém viva.