O Novo Império’ é um dos piores filmes do ano – Zonatti Apps

O Novo Império’ é um dos piores filmes do ano

Pois é. Ofensivo. Por que tudo bem uma aventura com Godzilla e King Kong não se levar a sério. É entretenimento, é pop e descartável. O problema é não levar seu público a sério, fazendo valer a lei do mínimo esforço. Tratar a plateia como incapaz é reflexo de toda uma linha de montagem dedicada unicamente a fabricar um produto, sem absolutamente nenhuma vocação criativa, preocupada unicamente em garantir o bônus para os executivos.

A situação fica ainda pior porque este “O Novo Império” chega aos cinemas sob a sombra de “Godzilla Minus One”, produção japonesa que recuperou a grandeza de um de seus maiores símbolos pop, conquistando o mundo ao lembrar porque devemos temer o monstro. A impressão é que a Toho, dona do kaiju, só licenciou o personagem para mostrar que ninguém além deles sabe fazer direito.

As criaturas mais famosas da cultura pop se reencontram em ‘Godzilla e Kong: O Novo Império’ Imagem: Warner

Verdade seja dita, este “monstroverso” ocidental até então mantinha um certo respeito pelas criaturas. “Godzilla”, que Gareth Edwards dirigiu em 2014, trazia um equilíbrio bacana entre austeridade e espetáculo, era cinemão pop com estilo e substância. “Kong: A Ilha da Caveira”, feito por Jordan Vogt-Roberts em 2017, injetou o senso de aventura em terras exóticas que ampliou o escopo da marca.

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Em “Godzilla e Kong: O Novo Império”, desaparecem o estilo, a substância, a aventura e quaisquer resquícios de vida inteligente. Tudo bem que “Godzilla: O Rei dos Monstros” (2019) já tropeçava em sua própria ambição. O próprio “Godzilla vs. Kong”, que o mesmo Adam Wingard fez em 2021, trazia um sabor de novidade com o primeiro round das criaturas que disfarçava o tédio de uma trama ruim. Mas o nível não precisava despencar de forma tão rasteira.

“O Novo Império” segue a aventura anterior, com Godzilla singrando os mares e defendendo a humanidade da ameaça de outros “titãs” — os kaijus do mal —, enquanto Kong busca uma existência pacífica na Terra Oca, mundo dentro do nosso, habitado por criaturas fantásticas. Enquanto o lagartão desmantela adversários (e cidades inteiras), para depois puxar um ronco dentro do Coliseu (é sério), o gorilão alimenta a melancolia de sua solidão — e sofre com uma dor de dente (é sério).

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