Aguinaldo Silva fala do remake de Vale Tudo – Zonatti Apps

Aguinaldo Silva fala do remake de Vale Tudo

Eu revelo absolutamente tudo. Tive uma vida muito movimentada. Narro, por exemplo, um episódio em que, aos 13 anos, fui eleito rainha da primavera no colégio durante uma brincadeira de mau gosto. As outras candidatas a esse título eram apenas meninas. E depois de tudo isso, ainda tentaram me matar. Aos 14 anos, já vivia no cenário gay de Recife. Lá, aprendi muito cedo a correr da polícia e dos rapazes de classe média que nos batiam e nos perseguiam. Conto tudo que aconteceu comigo, mas não assumo uma postura de vítima. Sou muito grato a todas as baixarias e as coisas maravilhosas que vivi.

No livro, eu me desnudo, o que pode chocar as pessoas. Falo com muita sinceridade e com riquezas de detalhes sobre um caso que tive com um personagem muito conhecido da Cinelândia e da Lapa no fim dos anos 1960 a quem todos chamavam de Alemão, mas que, na verdade, era um filho de poloneses. Foi uma ocorrência romântica, que era uma barra pesadíssima. Vivi dois anos com Alemão. Houve um momento de nossa história que ele estava preso numa penitenciária e eu preso na Ilha das Flores.

Você sempre foi muito discreto sobre sua vida pessoal. É um dos poucos autores sobre o qual nunca circularam rumores de envolvimentos com atores….

Eu tive dois relacionamentos longos. Um durou 18 anos e outro, 7 anos. Nunca namorei ninguém da TV. O povo da TV não me interessava. Eu convivia com homens muito bonitos, mas não era meu gênero. Gostava de pessoas comuns, da rua, sabe? Eu sempre achei que nesse ambiente da arte há um certo drama que não me agrada. Sempre mantive distância. Nunca deixei ator me telefonar de madrugada para discutir capítulo de novela. Não dava liberdade para esse povo!

O livro vai revelar alguma história inédita de sua carreira na TV?

Não conto de nada muito chocante. Não vivi muito nos bastidores da TV. Nunca fui do oba-oba. Uma história que relato no livro e que foi muito marcante para mim foi a troca, por questões de saúde, de Drica Moraes por Marjorie Estiano em Império (2014). Me disseram que se essa substituição desse errado, a culpa era minha e minha carreira poderia acabar ali. Vi o capítulo da substituição da Drica com a maquininha do Ibope do meu lado. A audiência aumentou 5 pontos e se manteve. Foi uma vitória pessoal e de grande ousadia.

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