Como estão as pesquisas que tentam definir a etnia de Cristo – Zonatti Apps

Como estão as pesquisas que tentam definir a etnia de Cristo

Ao “ocupar” um lugar social, a busca pelo Jesus histórico, a fim de constituir um estudo que se aproxime do ambiente galileu precário da Palestina do século 1, lança luz sobre vertentes que anteriormente não eram exploradas. Nas palavras do historiador André Chevitarese e do arqueólogo Pedro Paulo Funari, acerca das análises propostas pelo Seminário de Jesus, e interpretando uma leitura analítica do trabalho do historiador John Dominic Crossan, argumenta-se que “é possível observar que as atuais pesquisas em torno do Jesus histórico ampliaram consideravelmente as suas bases teórico-metodológicas, inserindo novas percepções advindas dos campos da sociologia, antropologia, história e arqueologia”.

Desse modo, também pode-se destacar a pesquisa teórica e empírica das ciências sociais que muito enriquecem a pesquisa acadêmica e científica sobre o Jesus histórico, que almejam conjecturar seu contexto social, geográfico, político e cultural.

Estudar Jesus é entender a Palestina

Portanto, a perspectiva dessas ciências permite um olhar refinado do tecido social da vida judaica da época. Sendo assim, possibilita-se novas ferramentas de análise que tocam em vertentes características do campo. Por exemplo: as relações sociais, o lugar e a posição das mulheres na sociedade, a hierarquia social, o espaço social e político, o fator cultural e simbólico daquela sociedade e, sobretudo, fatores de caráter antropológico no estudo da família e parentescos do Jesus de Nazaré. É nesta etapa que se concentra o maior número de trabalhos sobre o Jesus histórico de onde partem esses novos focos de análise.

Pareceu-me que o momento atual da busca pelo Jesus histórico se assemelhe ao contexto liberal no qual Albert Schweitzer escreveu no século 20. Ou seja, “não há tarefa histórica que revele o verdadeiro interior de um homem como a de descrever uma vida de Jesus”. Se tal percepção predominava na mente crítica de Schweitzer naquele momento, pode-se afirmar que ela continua recorrente nos dias atuais.

O que é o Jesus histórico atualmente? Um objeto científico subjetificado que diz mais sobre o “teu” pesquisador do que a própria pesquisa empírica histórico-social, ou um Jesus histórico relegado apenas a questões religiosas?

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