A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quinta-feira (15) a aquisição de 25 mil doses da vacina contra Mpox com a Organização Pan-Americana de Saúde.
“Nós vacinamos no Brasil com licença especial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em casos muito excepcionais e grupos muito vulneráveis”, disse. “A vacinação nunca será uma estratégia em massa para Mpox, isso é importante dizer para que a população não se sinta desprotegida por não ter uma vacina”.
A ministra informou que ainda não há previsão de teste rápido para a doença, apenas diagnósticos em laboratório. No momento, 27 laboratórios estaduais são capazes de fazer o teste no país.
Na quarta-feira (14), a OMS declarou a Mpox uma emergência de saúde pública global pela segunda vez em dois anos, após um surto da infecção viral na República Democrática do Congo que se espalhou para países vizinhos.
Trindade reforçou a declaração feita na quarta de que a emergência em saúde pública global “não é motivo de alarme e sim de alerta”.
Nesta quinta-feira (15), a ministra participou da instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar ações de resposta à Mpox. O COE-Mpox foi aberto na sede da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), em Brasília.
O Brasil já registrou 709 casos (696 comprovados e 13 prováveis) e 16 mortes por Mpox este ano. Apesar do aumento e a circulação de uma variante mais perigosa e mais transmissível do vírus — a Cepa 1b — o Ministério da Saúde avaliou que o risco é baixo para o país. Dessas mortes, 15 eram portadores de HIV.
“Essa gravidade, aumento da transmissão e também o fato de ter acontecido casos de crianças com a infecção pelo mpox que motivaram essa declaração [da OMS]. No Brasil, desde a declaração de emergência internacional de 2022 nós temos a circulação de vírus sim, mas da Cepa 2, que em geral está concentrada segundo o relato técnico, entre homens com 98% de pessoas que convivem com HIV e esse tem sido o foco principal de atenção até o momento”.
Trindade reforça que o Brasil está, no momento, no nível 1 de situação de emergência, ou seja, não há detecção casos causados pela cepa mais agressiva no país. Os especialistas ainda estudam se a vacina disponível se aplica às duas cepas.
O número total de mortes deste ano é menor comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, quando a doença atingiu o pico no Brasil.
A Mpox é uma doença viral causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e da família Poxviridae. O nome Mpox é a nova nomenclatura adotada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a varíola dos macacos.
O vírus foi originalmente transmitido de animais para humanos, mas agora também circula entre pessoas.
Os sintomas incluem erupções e lesões de pele, ínguas, febre, dores no corpo, dor de cabeça e calafrios. A transmissão ocorre no contato com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais silvestres infectados.
O intervalo de tempo entre o primeiro contato com vírus e desenvolvimento de sintomas é, geralmente, de 3 a 16 dias.