Quem frequenta academia de ginástica sabe: é possível escolher qual parte do corpo será desenvolvida no treino. Quem pratica meditação faz algo parecido com a mente: “É como se você fosse exercitar os neurônios, porque você escolhe as conexões neurais que quer fazer”, diz a Monja Coen Roshi.
“Eu quero desenvolver a raiva, a vingança, a briga, a guerra? Ou quero desenvolver a paz, a harmonia, o respeito à vida na sua pluralidade? São escolhas que nós fazemos”, diz a monja. “E a musculação de neurônios é isso. Eu escolho o que quero desenvolver em mim.”
Missionária oficial da tradição zen-budista Soto Shu, com sede no Japão, Monja Coen comanda o curso “O poder da meditação”, na CasaFolha, uma plataforma de streaming com aulas exclusivas recém-lançada pelo jornal.
Todos os vídeos já estão disponíveis para assinantes em casafolhasp.com.br. A iniciativa começou com dez cursos completos de personalidades de destaque em diversas áreas, e novos conteúdos serão incluídos todos os meses.
Por meio de “masterclasses”, profissionais consagrados dividem seus conhecimentos, compartilham experiências e contam quais caminhos trilharam para alcançar o sucesso.
Em suas aulas, a Monja Coen relembra sua formação monástica, aborda história e princípios do budismo, ensina técnicas para meditar e explora os benefícios do zazen —a prática da meditação sentada.
De acordo com ela, entre as grandes mudanças provocadas pela meditação estão o aumento da percepção e uma melhora na concentração.
“É um foco sem foco. É uma grande angular, que pega tudo que está acontecendo”, diz ela. “Tudo faz parte: o som, o cheiro, as pessoas que possam passar. Nada atrapalha o processo meditativo se você é capaz de penetrar na essência do seu ser.”
Fundadora da comunidade Zendo Brasil, Monja Coen tem mais de 300 discípulos e publicou mais de 30 livros, entre os quais “Aprenda a Viver O Agora” e “O Sofrimento É Opcional”.
Ela afirma que, para alcançar esses benefícios da meditação, é preciso exercitar a postura correta e a respiração consciente —processos que ela ensina na CasaFolha e que podem ter como resultado uma maior capacidade de lidar com os pensamentos.
Mas atenção: lidar com os pensamentos não que dizer controlá-los, como a monja enfatiza em seu curso.
“As pessoas acham que tem que controlar a mente. Mas não é controlar. Sabe o que a gente pode fazer? Escolher o que pensa e o que não pensa”, afirma.
Assim, diz ela, é possível escolher pensamentos positivos e deixar de lado pensamentos negativos, bem como favorecer uma memória ou um sentimento em detrimento de outros. “Nós escolhemos que sementes queremos regar.”
Como consequência, fica mais fácil desenvolver empatia com as pessoas, ter compaixão, compreender o outro em uma relação pessoal ou mesmo tomar decisões no ambiente de trabalho. Tudo porque, diz ela, a mente ganha clareza e equilíbrio.
“É fascinante conhecer a sua própria mente e perceber como ela funciona. Para quê? Para você usar da melhor maneira. Para ela ser sua parceira, não sua inimiga”, diz a monja.
Embora ensine uma técnica associada ao budismo, ela argumenta que ninguém precisa mudar a própria orientação espiritual para praticar a meditação, nem mesmo se iniciar em aspectos da tradição oriental (ela se formou no Japão e ficou por lá 12 anos antes de voltar ao Brasil).
“É interessante conhecer a cultura de outros países. Eu gosto muito. Mas é interessante também que você conheça a sua cultura. E [saber] como é que você aplica isso [a meditação] na sua vida diária.” Por exemplo, diz ela, se no Japão e na China eles servem chá nos altares, aqui no Brasil pode-se muito bem oferecer um cafezinho.
A monja defende, por outro lado, que os princípios do budismo sejam conhecidos: não fazer o mal, fazer o bem, fazer o bem a todos os seres. Uma proposta que ela reconhece ser difícil, por envolver fazer o bem não só para si ou para os amigos, mas para tudo que existe.
Por isso que, parafraseando Paulo Freire, ela sustenta: “A meditação muda as pessoas, e as pessoas mudam o mundo”.
“Quando estou falando do zen-budismo, eu estou falando de uma grande revolução e transformação social, política e econômica.”
Outro princípio que ela ensina no curso é a lei da causalidade, pelo qual as coisas são sempre causa e efeito umas das outras, em um grande emaranhado.
“É como se fosse uma trama de fios luminosos, onde em cada intersecção há uma joia, que expande luz em todas as direções. Isso é o que seria a interpretação da cosmologia budista.”
Como assinar a CasaFolha
Para assinar a plataforma, basta entrar em casafolhasp.com.br/assine. A assinatura, com desconto de 67% no lançamento, sai por R$ 19,90 por mês no plano anual (R$ 59,90 sem a promoção) e inclui acesso ilimitado a todas as notícias da Folha no site e no app.
Quem já é assinante do jornal pode fazer o upgrade em condições especiais para ter à disposição todo o conteúdo da CasaFolha. Basta acessar casafolhasp.com.br/upgrade.
Os cursos disponíveis
- JORNADA DINHEIRO E CARREIRA
Ana Karina Bortoni, referência em conselho empresarial, é especialista em liderança, gestão e empreendedorismo. Atuou quase 20 anos na consultoria McKinsey e foi a primeira mulher CEO de banco de capital aberto no Brasil, quando liderou um processo de transformação no BMG
=> Curso – Inovar para evoluir
Ana Karina Bortoni explica a importância da evolução pessoal e corporativa. Ela dá dicas para líderes comandarem esse tipo de transformação nas empresas e discute temas importantes como o papel dos conselhos e o dilema trabalho presencial X trabalho remoto
Candido Bracher foi presidente do Itaú Unibanco, o maior banco privado do Brasil. Em sua trajetória de 40 anos como executivo do setor financeiro, fundou o banco BBA e presidiu o Itaú BBA. É colunista da Folha
=> Curso – O novo papel do líder e a sustentabilidade
Como pensa um CEO? Candido Bracher oferece insights ao relembrar sua trajetória no setor financeiro, explica por que os líderes atuais precisam atuar contra as mudanças climáticas e aponta oportunidades na agenda ambiental
Edu Lyra, influencer, empreendedor social multipremiado, é fundador e CEO da ONG Gerando Falcões, um ecossistema dedicado à superação da pobreza nas favelas
=> Curso – Os caminhos do empreendedor
Nascido em uma região extremamente pobre, Edu Lyra revela os segredos para ser um empreendedor de sucesso. Em pouco mais de dez anos, ele construiu uma rede que já impactou mais de 5.000 favelas no Brasil
Pedro Malan é um dos maiores economistas do Brasil. Foi ministro da Fazenda nos dois mandatos de FHC, presidente do Banco Central, negociador-chefe da dívida externa brasileira e representante do Brasil na Diretoria Executiva do Banco Mundial
=> Curso – Uma nova visão sobre a economia
Pedro Malan ensina a analisar a economia a partir de algumas tríades: a relação entre passado, presente e futuro; o olhar de curto, médio e longo prazo; a dinâmica nacional, regional e global; a articulação entre economia, política institucional e sociedade
Rachel Maia, empresária e conselheira executiva, é CEO da RM Consulting e fundadora do Instituto Capacita-me. Primeira mulher negra CEO de grande empresa no Brasil, presidiu a Lacoste e as joalherias Tiffany e Pandora
=> Curso – Como alavancar sua carreira
Rachel Maia ensina os caminhos para alavancar a carreira no mundo corporativo. Ela analisa algumas regras do jogo, explica a importância de buscar aperfeiçoamento e dá dicas para a entrevista de emprego, para se comportar no ambiente de trabalho e para exercer cargos de liderança
- JORNADA TRANSFORMAÇÃO PESSOAL E BEM-ESTAR
Alexandre Kalache é médico gerontólogo e um dos maiores especialistas do mundo em longevidade. Foi diretor do Departamento de Envelhecimento e Saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde) por mais de dez anos e é presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil
=> Curso – Envelhecimento ativo
Alexandre Kalache ensina o que é preciso saber para viver mais e melhor. Ele explica o que é a revolução da longevidade, fala de suas consequências e propõe um mantra: “quanto mais cedo você começar a se preparar para a velhice, melhor – mas nunca é tarde demais”
Bruno Gualano é doutor em educação física e esporte pela USP e fundador do Centro de Medicina do Estilo de Vida, onde conduz pesquisas científicas sobre nutrição e exercício. Classificado como um dos cientistas mais influentes do mundo, tem trabalhos premiado nessa área e é colunista da Folha
=> Curso – Fitness: o que funciona para uma mudança verdadeira
Bruno Gualano ensina o que sabemos sobre dois pilares da saúde e do bem-estar: alimentação saudável e atividade física. Com seu olhar de cientista, ele explica o que funciona e o que é bobagem no mundo fitness e dá dicas para quem quiser se manter em forma
Monica Andersen, doutora em psicobiologia, é professora da Unifesp, onde chefia a disciplina biologia do sono. Listada como uma das cientistas mais influentes do mundo, é diretora do Instituto do Sono e integrante da Sociedade Brasileira do Sono e da Sleep Research Society
=> Curso – A ciência do sono
Monica Andersen ensina a dormir melhor. Ela apresenta o que a ciência sabe sobre o tema, aponta maneiras de identificar problemas ligados ao sono, fala sobre a relação do sono com a sexualidade e dá dicas úteis para todas as pessoas
Monja Coen é missionária oficial da tradição zen-budista Soto Shu, com sede no Japão. Fundadora da comunidade Zendo Brasil, tem mais de 300 discípulos e publicou mais de 30 livros, entre os quais “Aprenda a Viver O Agora” e “O Sofrimento É Opcional”
=> Curso – O poder da meditação
Monja Coen Roshi ensina técnicas de zazen, a prática da meditação sentada. Ela também fala dos princípios do zen-budismo e dá dicas sobre como lidar com o sofrimento, melhorar a tomada de decisões e aprender a viver o agora
Vera Iaconelli é psicanalista e doutora em psicologia pela USP. Diretora do Instituto Gerar de Psicanálise, escreveu os livros “Criar Filhos no Século XXI” e “Manifesto Antimaternalista”. É colunista da Folha
=> Curso – Criar filhos no século 21
Criar filhos sempre foi difícil, mas o século 21 impõe desafios inéditos a pais, mães e qualquer pessoa que decida se dedicar a essa tarefa. Vera Iaconelli faz uma discussão profunda sobre o assunto e traz insights sobre temas como internet, crise da adolescência e dificuldade para estabelecer limites