Encontrar alguém não é fácil, mas manter um relacionamento saudável parece ser ainda mais difícil. Na edição de hoje, explico o que faz o amor dar certo.
Já de cara vou responder à pergunta que é tema desta edição. Como fazer o amor durar? Com comprometimento.
Ah, quanta obviedade! Estar comprometido com outra pessoa parece ser um pressuposto em um relacionamento. Mas o comprometimento do qual estamos falando não envolve somente fidelidade. É o comprometimento em ensinar e aprender.
Lembra de quando estava na escola? De nada adiantava uma incrível professora te dar aulas de matemática se você não estivesse disposto a ouvir. No amor, é a mesma coisa. Muitos conflitos acontecem porque o processo de ensinar e aprender é falho: uma pessoa quer ensinar e acaba sendo ansiosa ou arrogante, e a outra age na defensiva.
Em resumo: é preciso muita disposição e trabalho duro para fazer o amor durar. É hora de falar sobre como fazer isso na prática.
Admita que você não é perfeito
Todos somos um pouco difíceis de conviver. Pode ser uma verdade difícil de engolir, mas você não é a última bolacha do pacote. Você tem defeitos, manias e características que fazem com que qualquer pessoa que vá conviver com você tenha que aprender a lidar com o pacote completo.
Ajuda demais se, antes de ensinar, você fizer uma confissão muito honesta de que você também é uma pessoa bastante imperfeita.
Não culpe o outro por não saber
Frequentemente, ficamos irritados com o fato de nosso parceiro não saber algo ou não agir como esperávamos, mesmo sem termos explicado isso a ele/ela.
É comum esperar que o outro adivinhe qual o jeito certo de falar ou de agir em situações variadas, mas precisamos aceitar que ninguém consegue ler mentes.
Escolha o momento certo
Se sua esposa está estressada com o trabalho ou se seu marido está irritado por estar com muita fome, levantar um novo problema pode só piorar as coisas. É preciso ter delicadeza e cuidado ao escolher quando ensinar.
Os problemas não precisam ser resolvidos no calor do momento. Raiva e irritação são sentimentos que atrapalham o diálogo. Saiba esperar pelo momento em que sua demanda será bem recebida.
O humor pode ser uma boa ferramenta
Todos queremos mudar algo em nossos parceiros, mas isso raramente dá certo. Seu/sua parceiro/a pode se sentir atacado/a e não ouvir o que você está dizendo.
Lembra o que eu disse sobre todos sermos imperfeitos? Todos temos um pouco de loucura dentro de nós. Precisamos conseguir fazer nossos parceiros rirem de coisas com as quais são extremamente sérios.
É nesses momentos em que a melhor maneira de comunicar o incômodo pode vir por meio do humor. Piadas bem direcionadas são uma alternativa a discussões que não chegariam em lugar algum. Mas nada de confundir humor com sarcasmo e ironia. Ser maldoso é totalmente improdutivo. É melhor admitir estar magoado ou assustado do que tentar atingir o parceiro.
Assuma que a crítica é compatível com o amor
Uma crítica vinda de seu parceiro não significa que ele deixou de te amar. Pelo contrário, fazer críticas é um ótimo sinal. Mostra que aquela pessoa não vai desistir de você e que ela quer que você possa trabalhar seus defeitos para que o relacionamento seja melhor.
Para ser um bom aluno, é preciso ser um bom ouvinte. Aceite que você pode (e deve) evoluir e crescer.
Hora de pensar
Um exercício de reflexão relacionado ao tema da edição
Em um relacionamento, é importante tentar entender como o seu parceiro quer que você se comporte quando ele está triste e deprimido. Surpreendentemente, todos queremos ser consolados de maneiras diferentes, o que pode incluir:
- Ser ouvido Podemos ser o tipo que, quando está com problemas, precisa de alguém capaz de apenas escutar;
- Receber soluções No outro lado do espectro, o amor pode não parecer real a menos que seja acompanhado por soluções concretas do que fazer a seguir;
- Ouvir com otimismo Quando divulgamos agonias, nossa prioridade pode ser apenas ouvir que eventualmente tudo ficará bem;
- Ouvir com pessimismo Ou o que nos acalma é uma caminhada silenciosa ao redor da probabilidade de catástrofe;
- Receber carinho A ajuda na vida adulta pode ser associada, para os outros, ao dom da perspicácia, mas, para nós, é o toque que acalma.
Reflita, então, de que forma você prefere ser consolado? E de que forma seu parceiro prefere ser consolado?
Esta edição foi produzida em parceria com a The School of Life, organização global referência no desenvolvimento e na aplicação do autoconhecimento.