Prefeituras apostam em dança, surfe e clubes para idoso – 23/01/2025 – Equilíbrio – Zonatti Apps

Prefeituras apostam em dança, surfe e clubes para idoso – 23/01/2025 – Equilíbrio

Por meio de programas municipais, prefeituras de várias partes do país têm avançado na criação de espaços voltados à convivência social e à qualidade de vida da população idosa, disponibilizando ações que incentivam a saúde, a inclusão e a integração comunitária.

As iniciativas vão de aulas de ginástica, prática de esportes variados como o surfe, espaços de artesanato, organização de passeios até a realização de bailes –cada município adapta as ações conforme a necessidade de sua população idosa.

Os encontros, segundo os usuários, acontecem em ambientes descontraídos, com a proposta de favorecer a socialização e o bem-estar entre os participantes.

Maria Cleuza Carneiro Steinle, 79, é presença garantida em um desses programas, na cidade de Chapadão do Sul, noroeste de Mato Grosso do Sul.

Às segundas, quartas e sextas, ela faz aulas de aeróbica. Nos outros dias, participa do coral. Desde quando conheceu o projeto, em 2018, já participou de grupos de leitura, artesanato, vôlei e dança do ventre.

Às quartas, também frequenta o baile, que acontece semanalmente, das 13h às 17h. Ela conta que não gosta de dançar, mas aproveita o momento para jogar dominó com as amigas.

“Eu tenho um troféu e duas medalhas que ganhei no dominó. Não que eu seja craque, mas passo o baile inteirinho jogando. Meus netos falam: ‘Olha como está a avó, campeã no dominó’. Eu digo que é sorte, ainda não aprendi as manhas do jogo”, conta.

Maria Cleuza relata que um dos maiores diferenciais da iniciativa no município é o transporte, que busca os participantes em casa.

“Hoje não dirijo mais, então dependo da condução deles. Minha filha trabalha e não pode ficar me carregando pra lá e pra cá, né?”, conta.

No Brasil, há cerca de 32 milhões de pessoas idosas. Entre os anos 2000 e 2023, a proporção de idosos na população quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Segundo uma projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2070, devem chegar a 37,8% da população.

Em Chapadão do Sul, o espaço ganhou o status de clube após reformas recentes, que incluíram a construção de um salão de jogos, quadra de bocha, vestiários e piscina aquecida, onde devem começar aulas de hidroginástica neste ano. O investimento não foi divulgado pela prefeitura.

Já em Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, o programa para idosos funciona no Centro de Convivência Frei Salvador, um espaço de 1,2 mil metros quadrados inaugurado em outubro de 2024. O local, acessível e adaptado, conta com salas de oficina, auditório, ambulatório com médico geriatra e espaços para aulas e eventos.

A integração entre gerações também é um dos diferenciais do projeto, destaca Michelle Lusa, secretária de Desenvolvimento Social da cidade. No mesmo espaço, adolescentes de 12 a 15 anos participam de atividades com os mais velhos.

A construção do centro de convivência teve um custo de aproximadamente R$ 4,8 milhões, com projeto arquitetônico voltado à acessibilidade, incluindo rampas, elevadores e corrimãos reforçados nas escadas. Em 2025, a prefeitura deve investir cerca de R$ 600 no projeto, com incremento de R$ 150 mil em relação a 2024.

“O espaço foi sonhado pela atual administração para proporcionar o cuidado e o acolhimento para a nossa comunidade, além de reforçar o compromisso com o bem-estar de todas as gerações”, diz a secretária.

CIDADE LITORÂNEA JÁ SOMA 5.000 PARTICIPANTES

Em Praia Grande, no litoral de São Paulo, outro programa municipal de convivência para idosos opera há mais de 30 anos e vem se modernizando. Hoje, conta com oito unidades, atendendo mais de 5.000 participantes. O investimento anual com a iniciativa é de R$ 3 milhões.

Além de atividades tradicionais, como artesanato e esportes, a cidade aproveita a proximidade da praia para promover atividades especiais, como aulas de surfe e passeios de barco, em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.

As unidades do município também oferecem aulas de informática e segurança digital, em que os participantes aprendem a usar aplicativos, navegar por páginas da internet, redes sociais e acessar serviços digitais.

“Os idosos, sozinhos em casa, tendem a depressão. Ali, eles encontram amigos, formam grupinhos, vão ao shopping tomar um café depois das atividades, fazem viagens”, explica Maria Del Carmen Padin Mourão, a Maruca, presidente do Fundo Social de Solidariedade.

A iniciativa colocou Praia Grande no topo do Índice Futuridade, que avalia a qualidade de vida e políticas para idosos em municípios paulistas. “Ficamos felizes em proporcionar qualidade de vida e momentos felizes para a melhor idade. É isso que a gente quer”, finaliza Maruca.

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