Paolla Oliveira detona machismo em maternidade: ‘Não nascemos prontas’ – Zonatti Apps

Paolla Oliveira detona machismo em maternidade: ‘Não nascemos prontas’

Filme nacional que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (11), Papai É Pop traz Paolla Oliveira (Cara e Coragem) e Lázaro Ramos (Medida Provisória) como um casal que enfrenta as dificuldades de serem pais de primeira viagem. Na trama, que equilibra comédia e situações dramáticas, o ator interpreta Tom, um rapaz desleixado que deixa quase todas as responsabilidades da paternidade com sua mulher, Elisa (Paolla).

Embora o foco seja a relação de Tom com a paternidade, Papai É Pop é o tipo de filme que dialoga com a audiência de várias formas. Uma delas é a maneira como muitos homens –e até mulheres– enxergam a maternidade e o papel das mães na criação dos filhos.

No visão de Paolla, que ainda não realizou o sonho de ser mãe na vida real, há muito machismo envolvido quando se discute responsabilidades de criar os filhos. Quando se compara o papel do homem e o da mulher na sociedade brasileira atual, a pressão em cima dos pais é muito menor do que a colocada sobre suas parceiras.

“A situação que a mulher passa é diferente. A mulher quando fala que está com medo da maternidade é erradíssimo. Nós não podemos ter os mesmos questionamentos do homem. ‘Poxa, deu uma assustada’. A mulher tem que estar sempre pronta para ser mãe, mas não nascemos prontas”, disse Paolla em entrevista exclusiva à Tangerina.

Para a atriz, Papai É Pop faz uma discussão importantíssima ao mostrar a realidade de como é criar um filho. A produção quebra o estigma de que a maternidade é um momento apenas calmo e prazeroso e indica que é normal homens e mulheres terem medo na sua primeira experiência enquanto pais.

“É muito interessante essa quebra. São os pais se assustando com uma realidade [nova], uma responsabilidade. As mães falando: ‘Isso é cansativo. Isso é estressante’. É quase um momento de ruptura”, acrescentou.

Ao interpretar Elisa, Paolla não buscou inspiração apenas na relação com sua mãe. De acordo com a atriz, ela conversou com várias mulheres ao seu redor para se aproximar o máximo possível da experiência da maternidade e entender as diferenças que este momento representa para cada pessoas individualmente.

“Conversei não só com minha mãe, mas com mães em minha volta. São tantas, né? Muitas jovens que tiveram gestações tranquilas, que são mães solos, casadas ou com mais de um filho. Eu peguei todas essas experiências. Coloquei todas elas [na personagem] para conseguir atravessar essa sensibilidade e esse desgaste de todas estas emoções. Foi muito especial.”

Lázaro Ramos e Paolla Oliveira em Papai é Pop

Lázaro Ramos e Paolla Oliveira são casal em Papai É Pop

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Divulgação/Galeria Distribuidora

Moldando a visão do homem

Diferentemente de Paolla, Lázaro Ramos pôde usar muito de sua experiência para dar vida a Tom. O ator é pai de duas crianças ao lado da mulher Taís Araujo e vivenciou todas as etapas da paternidade pelas quais seu personagem passa em Papai É Pop. Para o astro, no entanto, homens em geral precisam revisar o seu papel na criação dos filhos.

À Tangerina, Ramos explicou que, por criação, homens não têm o costume de conversar sobre paternidade. Pior ainda: o ator acredita que é um defeito que vem de gerações, por causa da falsa crença de que as mulheres já nascem prontas para lidar com crianças.

“Zero [sobre homens conversarem sobre paternidade]. Homens não conversam sobre o que é ser homem. Ainda sinto isso inclusive entre nós que nos dizemos desconstruídos e que estamos tentando criar um novo formato. Às vezes não temos recurso para falar deste assunto. Nós precisamos ter alguém para falar: ‘Então, cara, assusta. Mas também tem muita coisa boa’”, apontou.

Para Lázaro, a paternidade traz muitas vantagens ao homem. A experiência é capaz de melhorar não apenas como pessoa, mas também como profissional. E, mesmo assim, homens em geral não conversam sobre suas respectivas experiências e se sustentam no modelo de sociedade que “entrega” esta responsabilidade exacerbada paras as mães.

“Desde criança pensamos que [mulheres] nascem treinadas para serem mães, como se isso fosse apenas das mulheres, né? A gente ainda tem muito para caminhar, e eu acho que nossa geração está falando mais sobre isso, mas essa conversa, para mim, tinha que começar com uma criança pequena, com o menino também. Porque é justamente esse exercício de responsabilidade, de se responsabilizar e saber dos desafios, mas que também tem vantagens.

Lázaro Ramos e Paolla Oliveira em Papai é Pop

Papai é Pop

Trailer oficial

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