Dólar dispara e fecha terça (6) cotado a R$ 5,24, alta de 1,67% – Notícias – Zonatti Apps

Dólar dispara e fecha terça (6) cotado a R$ 5,24, alta de 1,67% – Notícias




O mercado fechou a terça-feira (6) com dólar e bolsa chegando a resultados em extremos opostos: enquanto a moeda americana teve valorização de 1,67%, cotada a R$ 5,2395 no encerramento, o Ibovespa caiu mais de 2%, a 109.763,77 pontos, redução de 2,17%. O dólar chegou ao maior patamar desde 3 de agosto, quando ficou em R$ 5,2781, e o índice de referência do mercado de ações brasileiro quebrou uma série de três altas, período em que acumulou ganho de 2,45%.


Foi a maior queda percentual diária do Ibovespa desde 17 de junho. O volume financeiro no pregão somou R$ 27,3 bilhões. 





A valorização diária da moeda dos Estados Unidos foi a mais acentuada desde 31 de agosto, quando a alta registrada foi de 1,735%. Durante a sessão, a divisa chegou a saltar 1,92%, a R$ 5,252 na venda, a máxima em mais de um mês. Na B3, a bolsa de valores oficial do Brasil, às 17h10 no horário de Brasília, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,60%, a R$ 5,2735.


O real ficou na lanterna global, em meio a cenário externo adverso, com sinalizações mais duras das autoridades do BC (Banco Central), e cautela antes do feriado de 7 de setembro.



Declarações



Pela manhã, Bruno Serra, diretor de Política Monetária do BC, afirmou que haverá discussão sobre ajuste residual na taxa básica de juros. A fala veio um dia após Roberto Campos Neto, presidente da instituição, ter dito que a autarquia pensa em “finalizar o trabalho” de fazer a inflação convergir para as metas.


Os comentários de Serra foram interpretados pelo mercado como mais “hawkish” (inclinados à restrição da política monetária) do que as comunicações recentes do BC, e fizeram as taxas dos principais contratos de DI (depósitos interbancários) dispararem, o que ajudou a derrubar o Ibovespa.


Também aumentaram as apostas em uma elevação de 0,25 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), nos dias 20 e 21 deste mês, adiando as previsões para o início de um ciclo de afrouxamento monetário no Brasil.




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Até a véspera, a maioria nos mercados acreditava que o ciclo de aperto do Bacen já havia sido encerrado, com a Selic em 13,75%. Alguns esperavam redução dos juros já na primeira metade de 2023, visão que foi motivo de algum respiro para os ativos locais nas últimas semanas.


“O mercado já tinha assimilado que a Selic ficaria no nível atual, e aí, nesta semana, [o BC] voltou a discutir movimentação residual [no juro]”, diz Bruno Mori, economista e planejador financeiro da Planejar, sobre o baque nos mercados financeiros domésticos nesta terça.


O dólar também encontrou apoio no exterior, onde seu índice frente a uma cesta de rivais fortes subia acentuadamente, rondando seus maiores níveis em duas décadas. A força da moeda norte-americana penalizou várias divisas emergentes ou ligadas às commodities ao longo do dia, como peso mexicano, o rand sul-africano e o dólar australiano.


Mori diz que, em relação ao banco central norte-americano, o Fed (Federal Reserve), as expectativas são de que o atual ciclo de alta dos juros siga firme, cenário reforçado por dados positivos sobre o setor de serviços dos Estados Unidos. A próxima renião de política monetária do Fed também acontece nos dias 20 e 21 deste mês, e a taxa básica provavelmente será elevada em 0,75 ponto percentual pela terceira vez consecutiva.



Feriado



No Brasil, o 7 de setembro impôs cautela aos investidores. Tradicionalmente, as vésperas de feriado são marcadas pela prudência do mercado, com a proteção das carteiras contra imprevistos que possam acontecer enquanto os mercados nacionais permanecerem fechados.


Para alguns operadores, a comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil exige um cuidado adicional, devido à realização de manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. 


O aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e a queda do petróleo no exterior também pesaram nos negócios, pressionando as ações da Petrobras. 



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