Fim de semana de Halloween é fim de semana para relaxar. Fazer pipoca. Esparramar-se no sofá. Juntar a turma. E aproveitar uma maratona de filmes de terror!
Ok, sabemos que esse fim de semana também temos um dever cívico, mas isso é domingo, é rapidinho e não é motivo para pânico (opa!). A única desculpa para o frio na barriga é com a seleção a seguir.
Claro que um compilado de filmes de terror rende dúzias de listas e dezenas de temas. Eu mesmo bati o olho em tantos títulos ao longo dos serviços de streaming que em determinado momento puxei o freio. A Prime Video, por sinal, é uma toca do coelho sem fim de filmes obscuros e bizarros!
O resultado, depois de aparar muitas arestas, não obedece a nenhuma regra, a não ser a de projetos bacanas dedicados a exterminar o sono dos incautos. Tudo bem que incluí alguns títulos para aproveitar em família (a gurizada merece), produções novinhas em folha e alguns clássicos.
Para que a coisa não ficasse muito extensa, cravei também um número da sorte (epa!) para limitar seu tempo na frente da TV. Mas não preste atenção do que eu digo: pode aproveitar os filmes sugeridos pelas plataformas a partir do listão abaixo até criar raízes na sala!
Ah, não coloquei “O Exorcista” porque o maior filme de terror da história não precisa de lista. Ele está na HBO Max. Boa diversão!
O BEBÊ DE ROSEMARY
(Rosemary´s Baby, 1968, Prime Video)
O filme que levou o diretor Roman Polanski para Hollywood é um CLÁSSICO absoluto, construído em tensão crescente. Grávida de primeira viagem, Rosemary é assolada por visões e auxiliada por um grupo de vizinhas fofas. O ser que cresce em seu ventre, porém, pode ser filho do próprio demônio. Brrrr…
ALIEN – O OITAVO PASSAGEIRO
(Alien, 1979, Star+)
Ridley Scott criou o filme de CASA MAL ASSOMBRADA definitivo ao isolar um grupo de caminhoneiros espaciais em sua nave com uma criatura assassina alienígena. O terror vem não apenas do mostro, mas dos corredores úmidos e escuros do cargueiro. Até hoje o melhor da série (sorry, James).
A MOSCA
(The Fly, 1986, Star+)
Ao refilmar o clássico “A Mosca da Cabeça Branca”, David Cronenberg fez de Jeff Goldblum um CIENTISTA LOUCO que, depois de uma experiência de teletransporte, é fundido com um inseto. Aos poucos ele vê sua humanidade desmoronar, ao mesmo tempo em que busca aprender a viver em sua nova carne.
O ESTRANHO MUNDO DE JACK
(A Nightmare Before Christmas, 1993, Disney+)
Tim Burton concebeu e Henry Selick dirigiu essa FANTASIA SOMBRIA em que Jack Skellington, o Rei do Halloween, descobre o Natal e decide mudar sua festa. O plano: sequestrar o Papai Noel e reinventar a celebração natalina. Uma delícia de filme que só melhora com o tempo. A garotada vai pirar!
O ENIGMA DO HORIZONTE
(Event Horizon, 1997, Prime Video)
O tempo tratou de transformar essa ficção científica de Paul W.S. Anderson em um cult movie moderno. Desaparecida há anos, uma espaçonave reaparece, enquanto uma segunda parte para o resgate. As coisas não dão muito certo nesse TERROR ESPACIAL quando se descobre que a nave voltou depois de uma temporada no inferno.
MADRUGADA DOS MORTOS
(Dawn of the Dead, 2004, Netflix)
O primeiro filme de Zack Snyder ainda é seu melhor trabalho. Não foi tarefa fácil. Ao refilmar “O Despertar dos Mortos”, de George Romero, o homem que roubou as cores dos super-heróis trocou o comentário social por ZUMBIS acelerados e implacáveis. O resultado impressiona. O bebê zumbi vai assombrar seus pesadelos para sempre.
O NEVOEIRO
(The Mist, 2007, HBO Max)
Nenhuma lista de Halloween está completa sem uma dose de STEPHEN KING. Fugindo das escolhas mais óbvias e mais festejadas (“O Iluminado”, “Carrie”, “It”), fiquei com esse conto em que o mundo parece ser tragado por um nevoeiro estranho, que traz com ele criaturas abissais. O que descobrimos, no entanto, é que o pior dos monstros ainda é a ignorância humana.
ARRASTE-ME PARA O INFERNO
(Drag Me to Hell, 2009, Netflix)
Depois de três “Homem-Aranha”, Sam Raimi limpou o palato com um bom e velho filme de POSSESSÃO DEMONÍACA. É o que acontece quando uma bancária tem o infortúnio de cruzar o caminho de uma cigana vingativa, que lhe coloca na fila para o inferno. Como todo bom Raimi, aqui o medo caminha de mãos dadas com risadas nervosas, culminando num final dolorosamente inesperado.
A BRUXA
(The VVitch, 2015, Netflix/Prime Video)
Existe algo profundamente perturbador na sensação de isolamento promovida por esse filme que marcou a estreia de Robert Eggers. Em uma fazenda de uma família de colonos na América do século 17, o desaparecimento de um bebê cai nas costas de sua irmã mais velha. A paranoia traz o medo e na presença nefasta do PRÓPRIO DEMÔNIO. Não é para os fracos.
HEREDITÁRIO
(Hereditary, 2018, HBO Max)
Ari Aster é um dos nomes mais interessantes da NOVA ONDA DO TERROR. Este seu primeiro longa-metragem acompanha uma família marcada pela desgraça ao se envolver involuntariamente com um culto que profetiza o retorno de um demônio. O clima decadente é acentuado por imagens aterrorizantes, um pesadelo que revela a verdadeira face do mal.
A LENDA DE CANDYMAN
(Candyman, 2021, Prime Video)
A diretora Nia DaCosta realizou aqui um feito e tanto. Ela não só ressignificou o terror “O Mistério de Candyman”, de 1992, como criou uma continuação que não tem medo de abordar o terror como REFLEXÃO SOCIAL. Tudo isso sem perder um pingo de intensidade macabra. A maldição, como “Candyman” mostra, é real!
LOBISOMEM NA NOITE
(Werewolf by Night, 2022, Disney+)
Depois de explorar tramas políticas, ficção científica, fantasia épica e aventura espacial, a MARVEL agora dá os primeiros passos em seu universo de terror. Não poderia ser melhor. O compositor Michael Giacchino estreia como diretor nessa história de caçadores de monstros e criaturas sobrenaturais e um macguffin místico, que ganha tempero extra com sua estética inspirada no cinema de terror dos anos 1950. Ah, e sem cena pós créditos!
NOITES BRUTAIS
(Barbarian, 2022, Star+)
O diretor e roteirista Zach Cregger escreveu “Noites Brutais” como um exercício. Sua inspiração foi uma tese no livro “The Gift of Fear” que encoraja mulheres a confiar em seus instintos. Ele escreveu então uma cena com o máximo de gatilhos possíveis, o que evoluiu para uma história em que uma jovem se vê na posição de dividir um airbnb com um estranho.
Quando o filme aponta em uma direção, Cregger distorce a trama em uma série de reviravoltas que mantém o interesse e a imprevisibilidade nesse TERROR BIZARRO. O melhor é deixar suas expectativas desligadas e se jogar na trama, uma escalada de desconforto, impotência, pânico e morte. Uma maneira saudável de encerrar essa lista.