O preço da gasolina subiu nos postos de abastecimento de todo o país pela quarta semana seguida, informou nesta segunda-feira (7), a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Esse aumento não tem relação direta com a Petrobras, que mantém o preço do combustível congelado há 66 dias.
Na semana de 30 de outubro a 5 de novembro, a gasolina teve alta de 1,4%, chegando a um preço médio de R$ 4,98 por litro. Na semana anterior, o litro custava R$ 4,91, em média. Em todo o período de quatro semanas, o preço médio do combustível, apurado pela ANP, acumula alta de 2,4%.
O novo aumento reforça a tendência de alta dos combustíveis aos consumidores, que vem desde a campanha para o segundo turno das eleições, quando o governo pressionava a Petrobras para não reajustar os preços em suas refinarias, mas não conseguia conter os reajustes de agentes privados, como a refinaria de Mataripe (BA), da Acelen, empresa controlada pelo fundo Mubadala. A gasolina subiu 2,42% na Bahia, o estado mais atendido pela Acelen.
A recente escalada também se deve, segundo especialistas, a aumentos no preço do etanol anidro, que responde por 27% da mistura da gasolina comum, além de elevações de valores realizadas por importadores e revendedores.
Um fato adicional que pode justificar a mais recente alta no preço da gasolina foi a onda de bloqueios de rodovias por manifestantes contrários ao resultado das eleições, na semana passada.
Desagregando o aumento por estados, o maior aumento aconteceu no Paraná, de 5,65%. Em seguida, vem o Distrito Federal, com elevação de 4,36%, e o Rio Grande do Sul, com 3,83%, justamente localidades que foram afetadas pelos bloqueios. Em Santa Catarina e São Paulo, onde também houve fechamento de estradas, a gasolina subiu 0,83% na semana passada.
Com o mercado internacional pressionado e os preços da Petrobras abaixo da paridade de importação, a estatal não tem espaço técnico para novas reduções nas refinarias. Ao contrário, dizem especialistas, a petroleira sofre pressão para reajustar os valores, o que reforçaria a alta nas bombas.
Desde o pico histórico de R$ 7,39, registrado na penúltima semana de junho, a gasolina chegou a recuar 35% até a semana encerrada em 8 de outubro. Mas, sem novos descontos da Petrobras nas últimas semanas, o preço do insumo voltou a subir nos postos brasileiros.
Óleo diesel
O preço do litro do diesel S10 voltou a subir, desta vez 0,4%, para R$ 6,71, também entre os dias 30 de outubro e 5 de novembro. Na semana anterior, o custo do combustível para o consumidor tinha caído 0,6%, mas ele está oscilado desde meados de outubro. Até o dia 15 daquele mês, o diesel caiu por 16 semanas seguidas, puxado pelas reduções nas refinarias da Petrobras.
Com o aumento das cotações internacionais, a estatal também não tem reajustado o diesel a fim de acompanhar o preço de paridade internacional (PPI), conforme prevê a sua política de preços. Assim, os preços se estabilizaram, experimentando altas pontuais ao consumidor, ligadas a reajustes praticados por refinarias privadas e importadores, que respondem por volume entre 25% e 35% do insumo consumido no país.
Desde o rebaixamento do teto de 17% no ICMS sobre combustíveis, em 24 de junho, o diesel S10 foi reajustado para baixo nas refinarias da Petrobras em três ocasiões. Antes de voltar a subir, o preço médio do litro do insumo chegou a cair 13,4% em três meses e meio, variando de R$ 7,68, no início do ciclo, para até R$ 6,65, na semana entre 9 e 15 de outubro.
Gás de cozinha
Já o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) de 13 quilos, o gás de cozinha, ficou estável na revenda, com média de preço de R$ 109,86 por botijão. O preço também apresenta flutuações nas últimas semanas, devido ao fim dos efeitos, no preço final, das reduções da Petrobras nas refinarias, antes da eleição.
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