Ator foi o grande destaque do segundo dia da CCXP22 e falou sobre representatividade, cinema latino-americano e, obviamente, Namor
Não é exagero falar que estamos enamorados por Tenoch Huerta (“Güeros”). O ator mexicano, de 41 anos, conquistou o público ao interpretar Namor em “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” e foi um dos grandes destaques da CCXP22 ao subir no Palco Thunder para falar sobre sua carreira, representatividade, cinema latino-americano e o amor pelo Brasil.
O ator revelou durante o painel que só realmente entendeu que era ator quando participou pela segunda vez do Festival de Cannes e viu o filme que participou ser aplaudido por quinze minutos pela audiência. Nessa época, Tenoch já estava atuando há oito anos e tinha conquistados prêmios da Academia Mexicana, mas foi nesse específico momento que percebeu que realmente era um. Segundo ele,“no México e em quase toda a América Latina, os atores de cores de pele igual a minha não existem. Não há atores morenos ou quase não existem atores morenos na televisão mexicana, com isso não se pode sonhar com algo que não se pode ver”, revelou.
Trajando a camisa da seleção brasileira, o ator falou também sobre a importância de do cinema latino-americano e como nossas produções são boas e que devem ser respeitadas, já que há atores e profissionais extremamente qualificados e que não perdem em nada para Hollywood nesse sentido. Tenoch também enalteceu o cinema brasileiro e disse que amaria participar de alguma produção nacional. “Pelo amor de Deus, quero fazer filmes brasileiros! Cineastas, me chamem! [risos]”, conclui.
Encantado pelo país, o ator disso por sermos países latinos nós temos similaridades. “Eu sinto em casa aqui. Gostaria de morar no Brasil”, brincou. “É uma sensação muito bonita, porque descobrimos que, mesmo a milhares quilômetros, ainda somos iguais [latinos]. Entender o potencial cultural, social e histórico da América Latina é muito importante e eventos como a CCXP, a maior conferência do mundo, são importantes para falar isso”, continuou.
Para Tenoch a questão da representatividade é importante, sendo necessário personagens não-brancos em papéis de destaque na indústria do entretenimento, e ainda alfinetou a industria cinematográfica ao dizer que “temos sangue africano e latino e podeser sentir orgulho disso é muito bom. Fizemos US$700 milhões [aproximadamente R$3,7 bilhões de reais] em um mês. Não sejam racistas, a melanina também vende“, levando o público ao delírio.
Aliás participar de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” foi uma experiência indescritível para o ator e que apesar deste não ter guardado muito bem o segredo, já que é um péssimo mentiroso, disse que foi gratificante interpretar um personagem que traz a cultura da Mesoamérica para uma produção como essa. Huerta revelou que o diretor Ryan Coogler (“Creed: Nascido Para Lutar”) o contatou e que ambos fizeram uma chamada pelo Zoom, onde este contou que estava planejando um segundo filme sobre super-héroi e que gostaria de introduzir Namor, tendo este pensado nele para viver o príncipe submarino. “Ele conhecia muito bem meu trabalho, perguntou se eu sabia nadar e disse nunca havia me afogado [risos], o que não é mentira, e a partir disso, começamos todo o processo [de construção do personagem]”, revelou.
Este também afirmou que o grande papel do filme era homenagear o ator Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues”), que faleceu em 2020. Tenoch não chegou a conhecê-lo, mas sabe o que Boseman representava e a potência que era este para as causas raciais. “Chadwick foi fantástico. Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas sempre que falavam dele, eu podia ver nos olhos de todos um brilho, alegria e felicidade verdadeiros. Para mim, ele deveria ser uma grande ser humano para provocar isso em tanta gente. Seu legado como ator e ativista é maravilhoso e foi uma honra fazer parte dessa homenagem [Wakanda Forever]. Por isso, sempre que eu chegava no set pensava ‘é hora de homenagear esse gigante que foi Chadwick Boseman’”., arrancando aplausos da platéia.
Quando questionado sobre qual ótica enxergava Namor, Huerta disse estamos diante de um personagem complexo e que não acha qu este seja um vilão. “Namor é um anti-herói que busca proteger o seu povo. O filme dá uma profundidade maior que apenas isso [ser vilão]. Mas é o espectador é quem tem que responder se para ele Namor é um vilão ou não”, disse. Já sobre um possível confronto com Aquaman, o ator fez a boa vizinhança e dissse que ganharia era o públic, arrancando risos da platéia. “Ele [Jason Momoa] é um ator que me admiro muito. Tomara que um dia eu trabalhe com ele. Mas o público sairia ganhando com esse confronto — e as casas de aposta”, brincou.
Por fim sobre um possível retorno ao MCU, o ator disse que infelizmente não sabe muito sobre o futuro do personagem, mas que gostaria interpretar o personagem mais vezes. “O retorno de Namor depende de Kevin Feige e de Mickey Mouse, mas quero muito voltar a usar o shortinho e entrar na água de novo”, disse aos risos. Uma possível volta não é descartada já que Kevin Feige revelou recentemente que este pode retornar ao Universo Marvel. No entanto, um filme solo é mais complicado já que este seus direitos de adaptação– assim como os de Hulk – ainda pertencem a Universal Pictures.
O que nos resta agora é torcer por mais aparições, pois se a dúvida da Marvel era aceitação do personagem acho que podemos afirmar que Namor definitivamente encantou os fãs.
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- “Adão Negro”
- “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”