Por Ana Zucato*
Fim do ano é um bom período para fazermos um balanço dos últimos 365 dias e planejarmos os próximos, e isso inclui organizar nossa vida financeira.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, 78,9% das famílias brasileiras possuem dívidas, em atraso ou não, deixando claro que a inadimplência segue em alta no País.
O controle financeiro pode ser a chave para mudar esse cenário em 2023. Muitas vezes as pessoas associam a palavra controle financeiro com redução de gastos, mas a realidade é que você precisa saber para onde o seu dinheiro está indo e, assim, poder destiná-lo corretamente de acordo com as suas metas de vida.
Esse processo nos ajuda a identificar nossos maiores gargalos financeiros e fazer um planejamento eficiente para acabar com as dívidas de vez.
Uma boa forma de entender esse tema é pensar no dinheiro do presente e no dinheiro do futuro.
O dinheiro do presente é aquele que você precisa para pagar suas contas e gastos fixos no mês. O dinheiro do futuro é aquele que você destina a um investimento pensando no seu futuro que pode ser uma aposentadoria, a compra de uma casa própria, uma viagem etc.
Ter um controle pessoal é saber quantos por cento do seu dinheiro está sendo usado no presente e qual é a porcentagem que você está destinando para o futuro e, de preferência, saber se você não está gastando mais do que ganha.
No meu caso, consigo destinar 70% do meu dinheiro com gastos no presente e os outros 30% são o dinheiro futuro, aquele que vai me ajudar a alcançar as metas que eu tracei para mim e que dependem de disciplina, tempo e consistência no investimento.
Também é importante notar que sempre vamos ter os custos fixos e os custos variáveis para analisarmos diariamente. Os fixos são aqueles que consideramos essenciais para a sobrevivência. Inclua nisso, por exemplo, as despesas com moradia, transporte e alimentação.
As variáveis são aquelas que, como o próprio nome sugere, variam e não são essenciais para se manter bem. Nelas que as pessoas se perdem e deveriam olhar com mais cuidado para mudança de hábitos.
Essas despesas que podem parecer mais “inofensivas”, são as que na maioria das vezes compromete o orçamento que poderia ser destinado para o futuro.
Nós brasileiros somos muito sociais, estamos acostumados a festas, churrascos, happy hours e outros momentos em que a conta é dividida. Essas ocasiões podem gerar uma sobrecarga no orçamento por nem sempre haver um compartilhamento igualitário entre todos.
Dessa forma, muita gente acaba endividada, então pare de pagar a conta para os outros.
Final do ano é uma excelente oportunidade para testar uma nova ferramenta de compartilhamento de gastos porque ali imediatamente cada uma paga a sua parte. Isso vai ajudá-lo a ter maior controle financeiro e não se sobrecarregar mentalmente com essa responsabilidade de cuidar das contas coletivas pelos outros envolvidos.
Não existe uma receita pronta, um jeito certo ou errado, o importante é ter consciência sobre os gastos e ela pode vir a partir de uma lista por escrito que você faça para ter contato com tudo o que você paga mensalmente ou ainda uma planilha mais elaborada dependendo do seu nível de organização.
Hoje existem diversas ferramentas e aplicativos que podem te ajudar nessa tarefa de organizar os gastos, prever porcentagem de investimento e até mesmo dividir os custos e despesas compartilhadas instantaneamente com as pessoas por meio de grupos de pagamentos, como a Noh.
Em resumo, primeiro, gaste menos do que você ganha. Depois, foque os seus gastos em coisas que são essenciais. E o essencial inclui também os momentos de lazer. Dá para fazer o que você gosta sem extrapolar.
Por fim, comece a poupar o que puder. Constância e disciplina serão a chave para que você alcance seus objetivos em 2023. Que seja um ano feliz e próspero para todos nós.
*Ana Zucato, CEO e cofundadora da Noh.