Rodo no gramado, confusão e virada épica: jogo da Série A2 do Paulista faz ‘futebol raiz’ respirar – Futebol – Zonatti Apps

Rodo no gramado, confusão e virada épica: jogo da Série A2 do Paulista faz ‘futebol raiz’ respirar – Futebol


O que aconteceu no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, na noite da última terça-feira (17), foi um exemplo clássico do que é o “futebol raiz”. Teve rodinho para acabar com as poças d’água no gramado, arbitragem polêmica, confusão e virada épica da Ponte Preta sobre o São Caetano, na abertura da segunda rodada do Campeonato Paulista da Série A2.


Tudo começou antes mesmo da bola rolar. Por causa da forte chuva que caiu em Campinas a partir das 17 horas, o gramado do Majestoso ficou parecendo uma piscina. A avenida Norte-Sul, que fica próxima ao estádio, também foi alagada. A preocupação era se haveria jogo.






A chuva diminuiu perto das 20 horas – horário da partida – e foi então que os funcionários da Ponte Preta entraram em ação com os rodos para diminuírem as poças d’água. Apesar de todo o esforço, a bola teve dificuldades para rolar no primeiro tempo. O jeito era apostar nos chutões e cruzamentos.


E foi assim que o São Caetano surpreendeu a Ponte Preta ao abrir o placar aos 31 minutos com Anderson Magrão depois de uma falha de Guilherme Souza. No intervalo, o técnico Hélio dos Anjos entendeu o “recado” do gramado e colocou o grandalhão Jeferson, que no ano passado estava na quarta divisão do futebol paulista, no lugar do velocista Dudu Hatamoto.


A Macaca encurralou o adversário e empilhou chances, mas esbarrava em uma atuação perfeita do goleiro Arthur. Já o São Caetano abusou da “cera” e viu o árbitro Thiago Duarte Peixoto dar sete minutos de acréscimos. Foi então que a noite dos quase 3.800 pontepretanos presentes no Majestoso se tornou épica.


Quando alguns torcedores deixavam o estádio, Jeferson aproveitou cruzamento de Jean Carlos e, de carrinho, deixou tudo igual aos 48 minutos. Empurrada pelos gritos de “vamos virar, Ponte”, a Macaca foi com tudo para cima do São Caetano e viu Thiago Duarte Peixoto assinalar pênalti após cruzamento de Elvis acertar Lucas Silva dentro da área.


Revoltados, jogadores do Azulão cercaram o árbitro e ficaram fazendo buraco na marca do pênalti. Aí deu início a uma confusão com os pontepretanos, com muito empurra-empurra e discussão. Mas a briga não se resumiu apenas dentro do gramado.


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Os reservas do São Caetano se desentenderam com torcedores que estavam atrás do banco – área destinada para pessoas com necessidades especiais. Alguns deles, pegaram pedras que ficam em volta do gramado e arremessaram em direção aos pontepretanos. Wallace, por exemplo, foi expulso.


No meio de tudo isso, Thiago Duarte Peixoto voltou atrás do pênalti depois de conversar com o auxiliar Matheus Guilherme Biselli da Cruz. Aí foi a vez dos pontepretanos se revoltarem. Elvis colocou o dedo em riste do bandeirinha, enquanto a torcida arremessou uma pedra no gramado. Ninguém foi atingido.


O Majestoso então se tornou um caldeirão. Torcedores ficaram no alambrado “elogiando” o auxiliar e ao mesmo tempo empurrando a Ponte Preta. Quando parecia que não haveria tempo para mais nada, Jeferson aproveitou mais um cruzamento de Jean Carlos e cabeceou. A bola ainda desviou no zagueiro para encobrir Arthur aos 60 minutos do segundo tempo.


Não havia tempo para mais nada. Thiago Duarte Peixoto apitou o fim do jogo e fez a torcida pontepretana explodir com uma vitória que vai ficar marcada na memória de todos os presentes no Majestoso. Um deles era Matheus Cremonesi, de 22 anos.


“Frequento o Moisés desde 2009 ou 2010, já fui em muitos jogos maiores que esse, como dérbi e até mesmo final de campeonato, mas, sem dúvida, falando apenas de emoção, é um dos maiores. O clima que o jogo tomou contribuiu muito para isso. Os jogadores fazendo cera, as defesas do goleiro, o gramado, tudo contribuiu para ser ainda emocionante. Na hora do segundo gol, eu não acreditei”, contou Cremonesi, antes de continuar:


“Falando da energia dentro do estádio, foi muito forte. A torcida ficou muito inflamada com a arbitragem na hora da anulação do pênalti. Tinha gente no alambrado, na arquibancada, todo mundo realmente muito bravo. Então, na hora do gol, todo mundo colocou aquilo para fora. Uns corriam, outros pulavam, ficavam no lugar, teve de tudo. Acho que isso fica claro na comemoração dos jogadores com a torcida no final do jogo”.


Com 100% de aproveitamento nas primeiras duas rodadas da Série A2 do Paulista, a Ponte Preta sabe que é uma das favoritas ao acesso à elite. Mas só a qualidade técnica não é o bastante para superar as barreiras que o campeonato vai impor. É preciso acreditar até o fim para que o objetivo seja alcançado. Como ficou provado na noite de terça (17), o jogo só termina quando o juiz apita.


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