Há 24 dias, Daniel Alves está preso preventivamente em Barcelona, sem perspectivas de deixar o presídio Brians 2, localizado em uma cidade a 40 km da cidade catalã.
Ele foi acusado de estupro por uma mulher de 23 anos e, nesta semana, é esperado que a Justiça da Espanha atenda ou não o recurso da defesa, pedindo que o brasileiro aguarde o julgamento do caso em liberdade.
Os advogados ofereceram como garantia de que o lateral-direito não deixará a Espanha o uso de pulseira eletrônica, com rastreador, e a entrega do passaporte dele às autoridades.
O brasileiro admite que houve contato sexual com a jovem em um banheiro de uma boate de luxo de Barcelona, mas teria sido consensual.
No entanto, algumas evidências da investigação mostram que é difícil acreditar que a juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín, responsável pelo processo, opte por soltar o atleta. Entenda as razões:
Vítima apresentou só uma versão do fato
A jovem desde do dia 30 de dezembro, quando teria acontecido o estupro, mantém a mesma versão sobre o que aconteceu no banheiro da boate Sutton. Naquela noite, ela pediu ajuda a amigos e aos profissionais da casa noturna assim que deixou o banheiro onde esteve com Daniel Alves.
Chorando e nervosa, ela admitiu que beijou o jogador, mas afirmou que teria sido obrigada a manter relações sexuais com ele. De lá, foi levada para um hospital especializado no atendimento de mulheres e foi constatado que ela tinha hematomas, sinais de agressão e que tinha acontecido uma relação sexual com penetração.
A polícia esteve na casa noturna e colheu amostras do banheiro, pegou as imagens do circuito interno de câmeras e ouviu testemunhas.
Quatro versões de Daniel Alves
Já, Daniel Alves apresentou quatro versões diferentes para o caso, de acordo com a imprensa espanhola.
Primeiro, ele afirmou que não conhecia a mulher que o acusava. Depois, disse que os dois se tocaram. Na terceira versão, Daniel contou que houve sexo oral entre os dois. Já na quarta vez que falou sobre o caso, ele admitiu que houve relação sexual com penetração.
Em todas as situações, a defesa sustenta que o contato foi consensual.
Além disso, o lateral-direito mentiu na Justiça sobre o valor de seu salário no time do Pumas, do México. Daniel teria dito que recebia 30 mil euros por mês (cerca de R$ 166 mil), mas o valor real seria 300 mil euros (cerca de R$ 1,6 milhão) mensais.
DNA coletado é de Daniel Alves
Os laudos do Instituto Nacional de Toxicologia e Ciências Forenses da Espanha mostraram que os vestígios de DNA coletados no banheiro, na roupa da vítima e na região intravaginal da mulher pertenciam a Daniel Alves.
Além disso, as digitais encontradas no banheiro da boate são dele e a análise das imagens coletadas na boate condizem com o relato da jovem sobre o que teria acontecido em 30 de dezembro de 2022.
Para piorar a situação do lateral, foi possível detectar uma conversa entre a vítima e uma amiga, pelo vídeo das imagens internas da boate.
“Ele está me dizendo para ir, mas não sei por quê”, disse a vítima à amiga. “Vá e feche”, respondeu ela, apontando para Daniel Alves. De acordo com o jornal Ara, as imagens são claras.
Vale destacar que no depoimento, a jovem disse que o jogador disse a chamou e que ela não sabia que o local era um lavabo.
Se a Justiça negar o recurso de Daniel Alves, ele vai seguir preso até o julgamento do caso, que não tem data prevista para acontecer.
Conheça o presídio Brians 2, onde Daniel Alves está desde 20 de janeiro