As histórias da agremiação e do bairro foram contadas nesta noite. Quarta escola a desfilar, a Unidos de Vila Maria teve como principal destaque as suas alegorias. Uma grande ideia contar o enredo separando os carros alegóricos com o nome do enredo. Nitidamente a comunidade estava feliz em passar cantando os seus melhores momentos. Destaque também para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Edgar Carobina e Lais Moreia, que suportaram a pista molhada. Porém, a escola sofreu muito com a evolução. Houve desencontro entre alas, alguns espaçamentos e a famosa ‘correria’ no final para não estourar o tempo. Apesar de um belo desfile estéticamente e no canto, o andamento deixou a desejar. Provavelmente a ‘Vila mais famosa’ sofrerá com o quesito. A comunidade teve o cronômetro batido com 1h04. O enredo da agremiação é intitulado como “Vila Maria. Minha Origem. Minha Essência. Minha História! Muito Além do Carnaval!”
Comissão de frente
A ala, comandada pelo coreógrafo Renan Banov, desfilou representando a comédia. A proposta da apresentação foi mostrar a alegria em receber os fundadores e toda a agremiação que estava por vir no desfile. Na dança, os componentes evoluíram de um lado para o outro e interagindo com o público. Havia também integrantes com dois triciclos.
Outro grande momento da coreografia foi quando um componente mostrava uma placa escrita “aplauso” para a arquibancada.
Vestimentas: Toda a ala, componentes e elementos estavam inteiramente em verde, azul e branco, que são as cores da Vila Maria.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Edgar Carobina e Lais Moreira, vestidos com uma bela fantasia de azul e prata, novamente tiveram um grande desempenho em seu desfile. A apresentação foi marcada pela simpatia que ambos esbanjaram. Analisando a dupla em frente a cabine do recuo, notou-se muitos sorrisos, beijos do mestre-sala na mão da porta-bandeira e uma grande delicadeza ao mostrar o pavilhão. O casal fez o giro horário e anti-horário.
Eles têm como principal característica realizar esse movimento com rapidez e intensidade, mas devido à pista molhada pela chuva que havia caído antes, tal manobra foi feita devagar.
Harmonia
A harmonia da escola funcionou bastante. É fato que os componentes não ‘gritaram’ o samba, mas cantaram forte e com garra. Respeitaram o carro de som e a bateria, cantando de forma linear. Todos os setores cantaram o samba de maneira praticamente igual, mas o segundo predominou perante aos demais.
As partes do samba mais cantadas foram o refrão principal e o do meio, além da primeira parte, que tem como versos destaques – “A fé nos guia… Senhora Maria… A proteção vem da nossa padroeira… Divina luz da Candelária clareia”. Essa parte tem uma forma melódica que sobe demais o tom, onde dá essa sensação de força.
Enredo
O desfile da escola seguiu uma cronologia com o nome do enredo nos setores: “Vila Maria. Minha Origem. Minha Essência. Minha História! Muito Além do Carnaval!” Minha origem – Se mostrou por meio do carro abre-alas, onde levou o contexto de anjos e céu resgatando baluartes que fundaram a escola. Nessa alegoria havia fundadores e o antigo pavilhão da agremiação, que era chamada de Unidos do Morro de Vila Maria. Minha essência – É mostrado pelo segundo carro com sua religiosidade. Nele, toda o desenho da igreja Nossa Senhora da Candelária, que é a padroeira do bairro. A Unidos de Vila Maria tem o catolicismo muito forte na sua comunidade. Minha história – Representa todos os enredos históricos da agremiação. Muito além do carnaval – O desfile é fechado com alegoria que o contexto se trata dos projetos sociais que a entidade realizada durante o ano todo.
Evolução
Esse quesito a Vila Maria deixou muito a desejar. Nos minutos 30 a 34 ficou muito parada e retardou demais o desfile, além de mostrar muitos espaçamentos entre alegorias e alas, uma ala e outra e demais falhas. Houve um momento em frente ao recuo em que a ala das passistas teve a fileira desorganizada. Duas ou três passistas ‘correram’ e as demais ficaram.
Por essa paralisação citada, os componentes tiveram que evoluir muito rápido. A famosa ‘correria’. Nitidamente houve muita discordância entre integrantes do departamento de evolução. Não se sabe se a Vila Maria será punida, mas olhando no primeiro momento, o quesito realmente não funcionou.
Dito isso, segundo apurou o CARNAVALESCO, o sinal dos rádios de comunicação caiu. Atrapalhou bastante no andamento.
Samba-enredo
A Vila Maria optou por uma estratégia diferente este ano. Nos últimos carnavais a escola estava levando obras mais ‘cadenciadas’. Porém, desta vez, usou uma melodia para frente que permitiu os componentes brincarem mais. O intérprete Wander Pires se destacou novamente por fazer os seus ‘cacos’ diferenciados. A sincronia com a ‘Cadência da Vila’ na bossa do refrão do meio onde os componentes interagem no grito chamou atenção.
Fantasias
A escola apresentou boas vestimentas. Optou por mostrar leveza e alegria no desfile e o colorido predominou. O acabamento foi mostrado de forma satisfatória. Não teve muito material luxuoso, mas para a leitura do enredo, tudo serviu de forma válida. Destaque para as baianas, que estavam vestidas de “Unidos do Morro de Vila Maria”, cujo era o primeiro pavilhão de fundação da entidade.
Alegorias
Alegoria 1 – O abre-alas representou o céu e a homenagem aos fundadores falecidos da escola. Todos juntos se reúnem para desfilar novamente com a Vila Maria, que no início era Unidos do Morro de Vila Maria. É um carro alegórico com escultura de um anjo na parte central. Na parte final, uma grande imagem de um ostensório. Vale destacar que a entidade tem o catolicismo muito forte em sua história. A ideia de trazer os baluartes para abrir os desfiles foi muito bem pensado e casa com a comissão de frente, que transmite a alegria do carnaval.
Alegoria 2 – O segundo carro alegórico mostrou um marco do bairro da Vila Maria, que é a igreja da Nossa Senhora da Candelária. Vale destacar que a réplica é otimamente feita. Foi uma reprodução total da paróquia, tanto dentro quanto fora. No centro da alegoria havia encenações típicas de uma igreja católica, como batizados, casamento e missa. Dentro disso, ainda dançavam entre os bancos. O intuito de mostrar a fé da comunidade foi feito de forma satisfatória e a igreja, que é um dos pontos principais do bairro, foi construída de maneira impecável.
Alegoria 3 – A terceira alegoria se tratou de um ‘mix’ de enredos da história de Vila Maria. Houve referências aos enredos de Japão, China, circo, e, principalmente, uma encenação da cena da novela “Gabriela”, que faz alusão ao enredo “A seguir cena dos próximos capítulos”, que deu acesso à escola ao Grupo Especial.
Alegoria 4 – O último carro alegórico levou para a avenida os projetos sociais que a agremiação faz. A Unidos de Vila Maria é uma escola referência nisso e fez questão de mostrar em seu desfile. Ou seja, notou-se esculturas de Papai Noel, árvores de natal e renas, simbolizando presentes. Na frente da alegoria uma grande escultura de Pierrot, além de colombinas e arlequins nos lados esquerdos e direitos com as cores da escola.
A Vila Maria não teve problemas com suas alegorias e suas esculturas e cores foi o grande destaque do desfile da ‘mais famosa’.
Outros destaques
A bateria ‘Cadência da Vila’, regida pelo mestre Moleza, novamente mostrou a sua versatilidade. Arriscou bossas sem hesitar e isso é o que privilegia a batucada, pois o regulamento exige tal ousadia. Destaque para o ‘breque’ no refrão do meio, onde as caixas predominavam e os ritmistas gritavam ‘hey’. Arrancou aplausos e gritos do público.
A Vila Maria levou um tripé de elefante no meio da ala ‘Circo da Vida’. Outro tripé foi levado. Dessa vez, uma grande escultura de Nossa Senhora de Aparecida dentro da ala ‘Romeiros’. A ‘Torcida da Vila soltou serpentinas da arquibancada monumental e levou bexigões para fazer a festa.