Por R$ 415 milhões, o UFC resgatou o vilão mais talentoso. Jon Jones. Foi a busca de mais lucro que fez a Globo ser abandonada – Prisma – Zonatti Apps

Por R$ 415 milhões, o UFC resgatou o vilão mais talentoso. Jon Jones. Foi a busca de mais lucro que fez a Globo ser abandonada – Prisma


São Paulo, Brasil


Muhammad Ali perdeu três anos e meio de sua carreira por se recusar a lutar no Vietnã.


Estava no auge.


Mike Tyson, também no auge, ficou três anos preso.


Condenado por estupro.


Para fazer companhia no desperdício de três anos em lutar, Jon Jones.


A prisão quem construiu foi ele mesmo.


Com drogas, bebedeiras intermináveis e farras assustadoras.


Deslumbrado com a fama, e com os milhões, que conseguiu no UFC, cansou dos treinamentos exaustivos, e,principalmente, com a cada vez mais evidente chegada de derrotas.


No seu caminho impressionante de 28 lutas como meio-pesado, entre 2008 e 2020, só havia perdido uma vez, por aplicar cotoveladas ilegais em Matt Hamill, em 2009.


E teve um resultado não confirmado diante do rival Daniel Cormier, por ter sido flagrado com o uso de cocaína.


Perdeu mais de um ano até retornar ao octógono.


Retomou o cinturão dos meio-pesados, que sempre foi seu, desde que começou a lutar, pela terceira vez.


Ele foi o campeão mais jovem da história do UFC, com apenas 23 anos.


Seu estilo agressivo, usando cotoveladas chutes altos e baixos, com agilidade espetacular, se misturava ao efetivo  grappling, imobilizações e finalizações no chão. Ele nunca negou chegar ao limite das regras. Com pisões nos joelhos dos adversários, golpe permitido, mas que já causou várias lesões sérias, como rompimentos de ligamentos.


Jon Jones mistura talento com vilania.


Personagem principal que o UFC havia perdido.



Desesperado, com a saída do espetacular Francis Ngannou, que não quis defender seu título dos pesados, por querer uma bolsa muito maior e o direito de lutar boxe, o presidente Dana White precisava de ídolos.


Dana decidiu que, em vários países, inclusive o Brasil, criar o canal de lutas do UFC, acabando com o esquema que valia no grupo Globo, que mostrava o maior evento de combates no canal Combate.


Ele partiu para faturar muito mais do que os 5,5 bilhões de dólares, cerca de R$ 28,5 bilhões, do que em 2022.


Lembrando que o grupo chinês WME-IMG é o atual dono do UFC.


Comprou o evento por 4 bilhões de dólares, R$ 20,7 bilhões, dos irmãos Fertitta, em 2016. E, sabiamente, manteve Dana como presidente e pequeno acionista.


Na busca de mais dinheiro, não teve constrangimento.


E resgatou dois vilões que o público adora, e paga, para assistir.


Além de Jones, trouxe da aposentadoria, Conor McGregor. Ele está participando do TUF contra o time de Michael Chandler. Ambor lutarão no final deste ano.


Conor estava fora do cenário desde 2021, quando fraturou a perna, na terceira luta da trilogia diante de Dustin Poirier. Nestes dois anos, o irlandês aprontou muitas confusões. Apareceu muito mais forte do que o normal, o que suscitou boatos que estivesse usando medicamentos proibidos para desenvolver seus músculos.


O certo é que Conor aceitou um contrato tão milionário quanto sigiloso para voltar ao UFC. Primeiro com o TUF. Depois, com a luta no final deste ano, que daria tempo de sobre.


Não só para treinar, como readaptar seu organismo aos confronto. E limpar o corpo de qualquer substância proibida.


O contrato de Conor é tão sigiloso quanto rentável. Jornalistas especializados garantem que ele receberá 6 milhões de dólares, cerca de R$ 31 milhões pelo TUF e pela luta.


Aos 34 anos, o irlandês falastrão não é mais o mesmo lutador que chocou o mundo ao vencer o então campeão dos penas, José Aldo, em apenas 13 segundos.


Jon Jones, não. 


Mesmo aos 35anos, conseguiu se reinventar apostando na categoria dos pesados. Não precisa mais se desgastar cortando peso.


Depois de três anos afastado, dois fazendo todo tipo de farra, confusão, com direito até a atropelamento, Jones percebeu que sua fortuna estava se dissolvendo. 


E decidiu, no último ano, voltar a treinar muito sério.


Com seu enorme talento, e falta de personagens interessantes no UFC, Dana não teve outra saída. A não ser apostar no norte-americano. Cedendo à sua exigência, da maior bolsa já paga pela categoria.


Nada menos do que 80 milhões de dólares, cerca de R$ 415 milhões, por oito lutas.


E a volta do lutador foi celebrada em todo o mundo. 


Já pelo cinturão abandonado por Francis Ngannou.


O adversário, o francês Ciryl Gane era muito fraco. E bastaram 2 minutos e quarenta segundos, para Jones, colocá-lo no chão e aplicar uma mortal guilhotina.


E conquistar o título dos pesados.


Jones já está no Hall da Fama do UFC.


Mas se mostra pronto para ir muito mais além.


Se tornar o melhor lutador peso por peso de todos os tempos.


Dana já está histérico para promover a luta entre Jones e Ngannou, que já começou a provocar o atual campeão.


Outro confronto que renderá centenas de dólares no pay-per-view e assinaturas para o UFC.


Além disso, ontem para deixar a noite de ontem, em Las Vegas, mais impactante, a mexicana  Alexa Grasso, conseguiu uma vitória espetacular e inesperada contra a campeã Valentina Shevchenko. A representante do Quirguistão era a campeã. E foi finalizada por Grasso.


A revanche já foi pedida e aceita.


Mais dinheiro para o UFC.


O esporte não para de bater recordes de lucros, ano após ano.


E trouxe de volta ao octógono dois vilões fundamentais.


Para conseguir outro recorde no balanço final de 2023.


O falastrão Conor McGregor.


E o talentoso Jon Jones.


Que todos ‘odeiam’.


Mas pagam, com gosto, para assistir.


Por esse motivo, o UFC abandonou o Canal Combate, da Globo.


Ganha muito mais dinheiro sozinho.


Usando a Band para preliminares e eventos menores.


As lutas mais importantes são só do UFC…

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