Definitivamente Ted Lasso é uma das séries que conseguiu seu espaço na cultura pop mesmo tendo estreado tem nem 5 anos por x fatores. Por conta de ser um produto da pandemia e ter ajudado um pouco, e ter dado de certa forma, um pingo de esperança para os momentos difíceis, ou seja, pelo texto afiado e que aliado com performances extremamente carismáticas… não importa, o que é fato, como 0x0 é empate, é que Ted Lasso é uma das melhores séries da atualidade.
Considerada um dos marcos na chamada guerra do streaming e que realmente colocou o AppleTV+ no mapa, Ted Lasso corou os primeiros anos da plataforma da gigante Apple, juntamente com o Oscar de Melhor Filme levado por No Ritmo do Coração, e realmente se tornou um dos carros chefes desse streaming que precisava de uma vitória para emplacar.
E depois de levar o Emmy de Melhor Comédia em duas oportunidades, e com apenas duas temporadas, Ted Lasso retorna para seu novo ano. É uma nova partida para esse time de atores, depois de terem ganhado duas vezes, e não é que pelo seu terceiro ano, Ted Lasso entrega seu terceiro golaço? Já pode pedir música no Fantástico, se formos usar a analogia esportiva de um dos mais famosos quadros sobre futebol que existem no Brasil.
Em resumo, Ted Lasso temporada 3 é fantástica de boa e os novos episódios retornam com tudo aquilo que gostamos e nos apaixonamos pela série. Ted Lasso não deixa a bola bater na trava e mesmo depois de 3 temporadas mantém aquele sentimento gostoso de assistir a série, seja pela inocência de Ted (Jason Sudeikis, continua incrível), ou pelas situações divertidas que esse time do campeonato de futebol inglês se mete, a cada treino, a cada partida, e tudo mais.
Ted Lasso retorna com os monólogos de personagens, as lições de moral, as reflexões sobre muitas coisas que esses personagens vivem, e com um texto inundado com referências à cultura pop de fazer o espectador sorrir de orelha a orelha.
E novamente, o destaque de Ted Lasso fica com seu texto, afinal mesmo coom ares de temporada final (mesmo sem nenhuma confirmação da Apple), Ted Lasso amplia a forma como quer contar a sua história, não só de Ted, mas também desses diversos outros personagens que aos poucos tem espaço em campo, e saem do banco de reservas.
E todos eles estão de volta, com suas excentricidades, e seus momentos genuinamente divertidos de se acompanhar, e tudo mais. E para isso, Ted Lasso ganhou mais minutos entre seus episódios, e terá mais episódios nessa temporada, 12 no total.
Assim com a duração expandia para capítulos de 40, e até mesmo 50 minutos de duração, Ted Lasso se aproveita disso para entregar ainda mais passagens divertidas, emocionantes, com algumas boas reviravoltas aqui e ali (e que basicamente estão em quase todos os episódios vistos antecipadamente do novo ano), e claro que apostam um pouco também num clima de romance que ganham novos ares no terceiro ano.
Afinal, as apostas estão cada vez mais altas agora que o AFC Richmond precisa enfrentar novos competidores na Premier League, principalmente o West Ham United que agora é comandado por Nate (Nick Mohammed) depois dos eventos do final da temporada anterior.
E claro que embate entre mentor e pupilo, ou no caso, aqui ex-mentor e ex-pupilo, garantirá que as tensões estarão lá em cima. E não só entre Ted e Nate, mas também para Rebecca (Hannah Waddingham) que quer derrotar o ex-marido Rupert (Anthony Head) a qualquer custo e precisa realmente refletir sobre seus sentimentos em relação à ele.
A atração balança essa trama principal, com muito bom humor, um texto novamente dos mais afiados, e ainda garante que nós nos divertimos mais uma vez com esses personagens. E com uma duração maior por episódio, todo mundo ganha muito mais espaço em campo, os jogadores que adoramos estão de volta, como Dani Rojás (Cristo Fernández), Sam Obisanya (Toheeb Jimoh), Colin (Billy Harris) e até mesmo o estrelinha Jamie Tartt (Phill Dunster), que andou um pouco apagado na temporada anterior, mas que no terceiro retorna muito bem.
Se antes tínhamos eles em pequenas doses, agora, elas aumentam, e todo mundo parece se beneficiar, onde boa parte deles ganham arcos muito bacanas que desenvolvem ao longo dos episódios. Inclusive para os fãs do treinado Beard (Brendan Hunt), o personagem garante excelentes bons momentos.
E a série ainda, por conta desses minutos extras, tem tempo de introduzir novos personagens que combinam e muito com a série. Sem muitos spoilers, mas em sua nova agência de Relações Públicas, Keely (Juno Temple) contrata uma funcionária chamada Barbara (Katy Wix) que a dinâmica entre elas é ótima.
E todos os atores estão ótimos no novo ano, mas particularmente acho que Brett Goldstein como o ranzinza Roy Kent e Hannah Waddingham tão fenomenais e estão tão confortáveis em seus papéis que é um prazer os assistir e ver o espaço que ganharam ao longo das temporadas, e claro, depois de serem reconhecidos com seus respectivos Emmys nas categorias de atuação.
E confortável é uma palavra que passa longe de Ted Lasso, principalmente nessa terceira temporada, a série consegue episódio após episódio entregar o mesmo nível de satisfação de antes, mas cada capítulo maior do habitual, usa isso em seu próprio benefício, muda uma coisinha aqui, uma relação entre um personagem com outro ali, que só deixam a atração ficar melhor.
Tem um episódio ali (o segundo do novo ano) que foi uma das melhores coisas que eu assisti em muito tempo (e olha que eu assisto muita coisa!).
No final, o que temos é mais um gol de bicicleta, um pênalti extremamente bem cobrado e que vai nos garantir daqui até o final de maio, doses semanais de Ted Lasso toda quarta-feira. E isso já é ótimo só de pensar. Futebol (e Ted Lasso) é vida.
Ted Lasso retorna em 15 de março e exibe, toda quarta-feira, um novo episódio.