Você sabe a diferença entre consonância e dissonância? – Zonatti Apps

Você sabe a diferença entre consonância e dissonância?

Você já reparou que alguns acordes soam bem e outros causam um certo “incômodo” aos nossos ouvidos? Além disso, já notou que alguns deles criam uma sensação de “movimento”, enquanto outros passam um sentimento de “repouso”? Isso está diretamente relacionado aos conceitos de consonância e dissonância.

Estudar conceitos de teoria musical é importantíssimo para a evolução de um músico (Foto: Reprodução/Freepik)

Assim sendo, um acorde é formado por três ou quatro notas. Algumas dessas notas combinam entre si. Ou seja, formam um conjunto sonoro “agradável”. No entanto, existem notas que não se combinam tanto e causam uma sensação de “desconforto” aos nossos ouvidos.

Dessa forma, o estudo de consonância e dissonância é essencial para entender melhor o universo da teoria musical. Além disso, assimilar os intervalos consonantes e dissonantes pode ajudar muito na hora de tirar uma música de ouvido, por exemplo.

Então, bora lá entender tudo sobre consonância e dissonância?

O que é consonância musical?

Antes de mais nada, para entendermos o que é consonância e dissonância, precisamos entender o que é intervalo na música.

Assim sendo, um intervalo é a distância entre duas notas. Vamos usar a escala de Dó maior como exemplo:

Escala natural de Dó maior

A nota Ré é a 2ª da nota Dó. Portanto, temos um intervalo de 2ª da nota Dó para a nota Ré. A nota Mi é a 3ª da nota Dó. Dessa forma, temos um intervalo de 3ª da nota Dó para a Mi. E assim por diante.

Portanto, uma consonância musical é formada por intervalos musicais que proporcionam uma sensação de estabilidade quando tocados simultaneamente.

Em outras palavras, a consonância musical ocorre quando pelo menos duas notas tocadas juntas geram uma sensação de “repouso”. Formam, portanto, um conjunto de notas que soam “agradáveis” aos ouvidos quando tocadas simultaneamente.

O que significa dissonância musical?

Podemos dizer que a dissonância musical é o contrário da consonância. Ou seja, uma dissonância musical é formada por intervalos musicais que passam uma sensação de “tensão”.

Dessa forma, temos duas notas que, quando tocadas simultaneamente, geram uma sensação de “instabilidade” e “estranhamento” aos ouvidos.

Quais são os intervalos consonantes e dissonantes?

Os intervalos consonantes são aqueles que se combinam. Ou seja, quando duas notas tocadas juntas geram uma sensação de conforto aos ouvidos.

Assim sendo, temos dois tipos de intervalos consonantes: os perfeitos e os imperfeitos.

Consonâncias perfeitas

As consonâncias perfeitas são o uníssono, a 5ª justa, a 4ª justa e a 8ª justa. No entanto, é importante frisar que a 4ª justa nem sempre é considerada uma consonância perfeita. Isso porque muitos músicos a consideram como uma consonância mista. Ou seja, ela fica entre a perfeita e a imperfeita.

Porém, a definição de consonância e dissonância varia em cada cultura e período histórico.

Um exemplo de consonância perfeita é quando duas guitarras tocam juntas a nota Dó da terceira casa, quinta corda. Elas estão tocando em uníssono.

Ou seja, essas duas notas estão na mesma altura, mas são geradas de instrumentos diferentes. Nesse sentido, elas têm uma sonoridade estável e passam uma sensação de repouso.

Outro exemplo de consonância perfeita são os power chords. Eles são formados pela tônica, pela 5ª justa e pela 8ª justa.

Consonâncias imperfeitas

Os intervalos consonantes imperfeitos são os de terça maior, terça menor, sexta maior e sexta menor. Portanto, os acordes com sexta e os acordes maiores e menores possuem intervalos consonantes imperfeitos.

Os intervalos dissonantes se dividem em três categorias: neutro, suave e forte.

Dessa forma, os intervalos dissonantes neutros são a 4ª aumentada e a 5ª diminuta. Os suaves englobam 7ª menor e 2ª maior. Por fim, os fortes são a 7ª maior e 2ª menor.

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Relação das consonâncias e dissonâncias na série harmônica

Quando tocamos, por exemplo, a corda Lá do violão solta, não é apenas essa nota (que chamamos de fundamental) que soa. Há outras parciais sonoras, ou harmônicas, que soam junto da fundamental, gerando uma sensação que agrada os ouvidos. Isso é a série harmônica.

Todo som vibra em uma determinada frequência. Assim sendo, a frequência da nota Lá é 440hz. Em outras palavras, esse Lá vibra 440 vezes por segundo no ar.

Ao tomarmos essa nota como referência, teremos frequências múltiplas a ela, ou seja, outras alturas. Por exemplo, a nota que vibra em 110 hz, depois 220 hz, 330 hz, 550 hz e assim até o infinito.

As notas que vibram numa proporção mais próxima da fundamental dão origem aos intervalos consonantes perfeitos e imperfeitos. Por outro lado, as notas mais distantes da fundamental geram os intervalos dissonantes.

Quais são os acordes dissonantes?

Esses são os acordes que têm um intervalo dissonante em sua formação, embora isso possa variar em diferentes culturas. Assim sendo, eles podem ser acordes com 5ª diminuta, , , 11ª e 13ª.

No entanto, um acorde que possui dissonâncias pode ser usado com uma função de repouso. Esse é o caso do C7M(9), que é muito utilizado como resolução, apesar de ter duas dissonâncias.

Interessante o estudo de consonância e dissonância, não é mesmo? Então, bora lá conhecer alguns dos acordes dissonantes?

Acordes de sétima da dominante

Esses tipo de acorde tem a função dominante na música. Ou seja, ele cria uma grande instabilidade.

É composto pelos intervalos de fundamental, 3ª maior, 5ª justa e 7ª menor. Geralmente, é encontrado no V grau das escalas maior, menor harmônica e melódica.

Além disso, entre os intervalos de terça maior e 7ª menor, há uma distância de três tons inteiros, conhecida como trítono. Esse trítono gera uma tensão que busca resolução na terça e na fundamental de determinado acorde e pode ser encontrado a uma 4ª justa acima da fundamental do V grau.

Portanto, uma música em Ré maior tem o acorde A7 na função dominante. Assim sendo, as notas do trítono de A7 (Sol e Dó#) criam a tensão que conduz o retorno ao acorde D. Dessa forma, caminha, respectivamente, para a terça e a fundamental (Fá# e ).

Acordes diminutos

Os acordes diminutos têm um intervalo de três tons inteiros entre a fundamental e a 5ª diminuta. Por exemplo, partindo do (fundamental) até o Sol bemol (5ª diminuta), temos um intervalo de 3 tons inteiros.

Esse intervalo de 5ª diminuta também é chamado de trítono. Assim sendo, ele cria uma instabilidade na música, demandando uma resolução, que geralmente acontece com o acorde seguinte estando meio tom acima da fundamental anterior.

Acordes com nona

Esse tipo de acorde é formado por tríades ou tétrades acrescidas da 9ª em relação à nota fundamental. Assim sendo, se considerarmos que a 9ª é a 2ª uma oitava acima, veremos que a nota Ré é a 9ª da nota Dó. De maneira idêntica, o Mi é a 9ª da nota Ré, por exemplo.

Mas uma observação importante: o que determina se um acorde é cifrado como X2 ou X9 não é a 8ª dessa nota em relação à fundamental do acorde. Mas sim se esse acorde substituiu a terça pela 2ª (= acorde suspenso: X2) ou se essa nota foi acrescentada à tríade (= acorde com extensão: X9).

A classificação de maior, menor ou aumentada para o intervalo de 9ª dentro de um acorde depende do campo harmônico gerado pela escala.

Apesar de serem dissonâncias, os acordes com 9ª podem soar bem aos ouvidos. No entanto, os acordes com 9ª menor propiciam mais instabilidade.

Acordes com décima primeira

Vamos aplicar o mesmo raciocínio dos acordes com 9ª aos acordes com 11ª. Ou seja, a 11ª é a 4ª uma oitava acima. Assim sendo, podemos adicionar o intervalo de 11ª na tétrade do acorde.

Contudo, a função da 11ª dentro de um acorde é diferente da função da 4ª. Assim sendo, temos o acorde suspenso com a 4ª (X4). Nesse tipo de acorde, a 4ª justa substitui a terça.

Por outro lado, a 11ª pode ser justa ou aumentada. Por exemplo, as 11ª justas costumam aparecer nos acordes menores com 7ª. Porém, elas são evitadas nos acordes maiores com 7ª, graças à sonoridade incômoda que ela tem junto com a terça maior desse tipo de acorde. 

Por fim, as 11as aumentadas funcionam bem nos acordes maiores com 7ª maior e nos acordes dominantes, ou seja, acordes maiores com 7ª menor.

Acordes com décima terceira

A 13ª é a 6ª uma oitava acima. Porém, novamente, o uso por um ou outro numeral não se deve à oitava, mas sim à presença de outras notas.

Ciframos um acorde com a X6 – quando ele não tem a 7ª. Por outro lado, usamos a 13ª quando ele também possui a 7ªX7(13).

A relação da 13ª dentro do acorde (especificamente com a 7ª do acorde) é o que pode ser considerado um som dissonante, embora elas sejam classificadas como consonantes em relação à fundamental.

Por exemplo, é formado (de forma abstrata) um intervalo de 7ª maior no G7(13) entre a 7ª menor do acorde (a nota Fá) e a 13ª maior (nota Mi). Lembrando que o intervalo de 7ª maior é uma dissonância forte.

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