São Paulo, Brasil
Na virada espetacular do Palmeiras sobre o Barcelona, de Guayaquil, Abel Ferreira não só comemorou. Ele deixou claro o quanto não gostou da postura desatenta, beirando a soberba contra o time equatoriano, que complicou o jogo no Allianz Parque.
Seu time entrou para a partida sem vibração, intensidade. Acreditando que a partida seria fácil demais. No Equador, o Palmeiras venceu com autoridade, por 2 a 0. Daí o certo desleixo que fez com que o time terminasse o primeiro tempo perdendo por 2 a 0.
Seria a revanche perfeita para o Barcelona, se Abel Ferreira não tivesse 15 minutos para cobrar seus atletas. Exigir que atuassem mais coletivamente. E tomasse uma decisão fundamental.
Apostar no ataque. Tirar Gabriel Menino e colocar Flaco López.
“A verdade é que foi uma primeira parte onde não entramos como devíamos, com intensidade”, assumiu o treinador, na coletiva, apos a virada por 4 a 2.
“Quando estamos perdendo, não podemos manter a mesma estrutura. Fizemos a correção e pedi calma. O que falei especificamente vou guardar, vocês não precisam saber de tudo. Não houve dura para ninguém. Tem o meu respeito e crédito.”
“Chegamos no intervalo, mantive a calma com os jogadores, tivemos coisas positivas e outras não tão boas. Fizemos as alterações que tínhamos que fazer para arriscar. Acabamos, com qualidade, calma, intensidade e resiliência”, dizia, orgulhoso, Abel Ferreira.
Mas a participação da torcida foi fundamental.
O Allianz Parque é um estádio que o projeto levou em consideração a acústica. Ela teve um papel especial. Não só nos shows. Mas na reverberação dos gritos dos torcedores. O arquiteto português Tomas Taveira é responsável pelo formato da arena.
O resultado é que os gritos de incentivo das arquibancadas incendeiam os jogadores.
E Abel Ferreira que, ao terminar a partida, invadiu o campo para aplaudir os torcedores.
“Foi a forma que tive de agradecer a energia que eles passaram a nossa equipe. O que eu sinto, meus jogadores também sentem. Quando eu vi o primeiro gol entrando, no primeiro minuto, não me passou outra coisa na cabeça que não fosse dar a volta no resultado. Com a intensidade dos jogadores, com o apoio da torcida. Como eu disse, essa vitória é dos jogadores e dos torcedores. A forma que tinha de retribuir era batendo palmas. Sem eles, seria bem mais difícil.”
“É muito lindo o apoio desde o primeiro minuto, mesmo levando de 2 a 0. Em nenhum momento esboçaram vaia, sempre apoiaram. Foi lindo demais. No meio do jogo estava vendo o pessoal com lanterna, maravilhoso! Noite muito linda!”, celebrou Artur, que teve outra excelente atuação.
Com a vitória, Abel Ferreira está muito próximo do seu grande objetivo na primeira fase da Libertadores. Fazer do Palmeiras o líder geral, para que dispute os jogos eliminatórios, até a semifinal, com o jogo decisivo no Allianz Parque.
Basta que o time vença o Bolívar, dia 29, em São Paulo. E que o Racing não consiga ganhar do Flamengo, no Maracanã, hoje. E do Nublense, na Argentina.
A chance é real.
Para terminar a ‘noite mágica’, como Abel resumiu, Endrick entrou no final do segundo tempo e marcou o quarto gol da equipe, o seu quinto, desde que subiu para o profissional.
E ele também confirmou a obsessão do Palmeiras pela primeira colocação geral na primeira fase da Libertadores.
“O time está preparado. Demonstramos bastante hoje. Não importa quem vamos pegar na próxima fase. Buscamos o primeiro do grupo, o primeiro geral. Buscamos fazer o que fizemos, mas ainda melhor. Estamos preparados para tudo.”
A incrível virada de ontem foi uma demonstração.
O Palmeiras é o melhor time atual da Libertadores…