Uma realidade muito comum para quem mora no interior ou mais afastado dos grandes centros é ver a sua banda preferida anunciar shows em cidades próximas, mas não no seu município.
O produtor do grupo Indie americano The Band Camino decidiu abrir o jogo e explicar os motivos para isso. Ele respondeu um fã da banda no Twitter, que havia até montado um mapa para justificar que uma passagem pela sua cidade seria possível.
Mas o manager Jameson Roper disse que o planejamento de uma turnê vai muito além da questão geográfica, e existem várias razões para que um determinado local não possa receber um show.
Ele afirmou que recebe mensagens desse tipo diariamente, e quis iniciar essa discussão publicamente porque a lógica de mercado é mais ou menos a mesma para todas as bandas, e não apenas nos Estados Unidos (via Loudwire):
É assim que a maioria das bandas trata as turnês: primeiro, onde você gostaria de tocar idealmente? É um mercado onde o artista já tem uma história? As vendas ali da última vez foram sólidas? Os números de streaming e redes sociais estão crescendo ali? Há algum festival no raio daquele local?
O ‘raio’ é um problema muito comum para as turnês; ele significa que, se você já concordou em tocar numa cidade, existem regras sobre o quão perto você pode se apresentar naquele período. Usando essas questões básicas, criamos uma espécia de ‘turnê dos sonhos’, e aí partimos para o próximo nível.
Pois é, existem mais regras de mercado a serem seguidas por uma banda depois desse “mapeamento básico”. Segue o fio…
Entenda como funciona agendamento de turnês
Jameson Roper, produtor da The Band Camino, explicou que o problema real começa no agendamento com as casas de show, por causa da procura pela estrutura perfeita e a indisponibilidade de datas:
Em quais mercados você quer crescer, no sentido de tocar em um local maior? Esse palco irá comportar a sua estrutura de produção, luzes e energia? Há vagas o suficiente para ônibus e vans? E é aí que vem a parte complicada: em qual cidade vamos começar? Consideramos que a banda e a equipe precisam começar no mesmo lugar em que querem estar de volta no final, então planejamos os caminhos mais curtos e fáceis.
É nesse momento que nos deparamos com aqueles problemas de raio, incompatibilidade de agendas e locais de show indisponíveis.
Ele explica ainda que até questões como outros shows que vão acontecer pela região também podem afetar a marcação de uma turnê, fazendo por exemplo com que uma cidade não seja visitada porque a única data disponível estaria conflitando com alguma banda maior ou com público semelhante.
Além disso, o produtor destaca que cada banda tem suas preferências; no seu caso, a The Band Camino não gosta de fazer shows em locais com assentos, o que também reduz as possibilidades para cada cidade. Isso tudo, claro, fica ainda mais exacerbado quando se trata de uma turnê internacional, ainda mais em um país tão grande como o Brasil, que se torna um pesadelo de logística.
Depois de tantos fatores e circunstâncias, acho que podemos dar aquele desconto quando a nossa banda favorita não vem pra nossa cidade, né? Confira abaixo a thread completa de Jameson Roper no Twitter.
After the TBC tour announce yesterday I got more messages like this than ever before. I’ll pull back the curtain a bit and explain how tours come together. This might be interesting to you or a complete waste of my energy but here goes… https://t.co/zytHcjMNOD
— Jameson Roper (@jamesonroper) June 27, 2023
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