Começou nesta quinta-feira a primeira Cúpula Global de Medicina Tradicional da Organização Mundial da Saúde, OMS.
O evento acontece na Índia, país que ocupará a presidência do grupo das maiores economias do mundo, G20, em 2023. A cúpula é realizada em paralelo ao encontro de ministros da saúde do bloco.
Ligação entre saúde e meio ambiente
Na abertura da Cúpula, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus disse que a agência quer apoiar os países a “desbloquear o potencial da medicina tradicional através da ciência e da inovação.”
Ele disse que “um dos grandes pontos fortes da medicina tradicional é a compreensão das ligações íntimas entre a saúde dos seres humanos e o nosso ambiente.”
O diretor-geral da OMS afirmou que a medicina tradicional, complementar e integrativa é especialmente importante para prevenir e tratar doenças não transmissíveis e a saúde mental, além de contribuir com envelhecimento saudável.
Ele lembrou que a Índia, país anfitrião do evento, tem uma rica história de medicina tradicional através de Ayuverda, incluindo a ioga, que tem se mostrado eficaz no alívio da dor.
Aumento de evidências
O objetivo é mobilizar compromisso político e ações baseadas em evidências para fortalecer o papel da medicina tradicional na saúde e bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Cerca de 40% dos produtos farmacêuticos atuais têm uma base de produto natural, e medicamentos de referência derivam da medicina tradicional, incluindo aspirina, artemisinina, usada para combater a malária, e tratamentos de câncer infantil.
Atualmente, 170 Estados-membros relataram à OMS que fazem uso da medicina tradicional. Os países pedem que a agência forneça evidências e dados para informar políticas, padrões e regulamentações para uso seguro, econômico e equitativo das técnicas.
Interesse crescente
Novas pesquisas, inclusive em genômica e inteligência artificial, estão entrando no campo, e há indústrias crescentes de fitoterápicos, produtos naturais, saúde, bem-estar e viagens relacionadas.
Em resposta a esse aumento de interesse e demanda global, a OMS estabeleceu em março de 2022 o Centro Global de Medicina Tradicional. A entidade funciona como um centro de conhecimento com a missão de catalisar a sabedoria antiga e a ciência moderna para a saúde e bem-estar das pessoas e do planeta.
A OMS define medicina tradicional como “a soma dos conhecimentos, habilidades e práticas baseadas nas teorias, crenças e experiências intrínsecas de diferentes culturas, explicáveis ou não, utilizadas na manutenção da saúde e na prevenção, diagnóstico, melhora ou tratamento de doenças físicas e mentais.”