A Apple e o engenheiro colombiano Wilmer Becerra, especializado em consertos de dispositivos da marca, estão travando uma disputa conturbada.
A polêmica teve início quando a Apple enviou uma notificação extrajudicial ao engenheiro, solicitando que ele não exibisse mais o logotipo da empresa em seus vídeos de tutoriais.
Entenda o conflito entre as partes
Desde 2018, Becerra compartilha sua expertise em consertos de dispositivos como iPhones, iPads e iMacs. Contudo, foi somente este ano que a Apple decidiu intervir.
O motivo não foi nenhuma infração por parte do engenheiro, mas o fato de que seus vídeos tiveram um boom de popularidade.
No momento da notificação, Becerra já se destacava com impressionantes 12 milhões de seguidores espalhados por plataformas como TikTok, Facebook e Instagram.
Além de ser influenciador digital, Wilmer também é empresário. Ele administra uma ampla rede de assistência técnica que se estende por nove países latino-americanos.
Em resposta à notificação, a defesa de Becerra invocou o “direito ao reparo”, fundamentando-se no direito de propriedade, livre concorrência e, curiosamente, na preservação ambiental.
O engenheiro alega que a prática de prolongar a durabilidade dos aparelhos por meio de consertos é energeticamente mais benéfica do que a abordagem de reciclagem da Apple.
Adicionalmente, ele aproveitou sua crescente popularidade ao lançar um serviço de produção de capas personalizadas, visando auxiliar nos custos judiciais.
Apesar da disputa, a Apple estendeu um convite para que Becerra se tornasse um de seus parceiros autorizados. Entretanto, o engenheiro, firme em seus princípios, recusou.
Ele alega que a política da empresa, que enfatiza a troca em vez do conserto de peças defeituosas, limita a autonomia dos reparadores.
No que diz respeito ao cenário brasileiro, não há uma legislação específica sobre o direito de reparo. Mesmo assim, Becerra mantém a consistência de seu trabalho, buscando peças para conserto em estabelecimentos autorizados nos EUA.
Inclusive, ele já lançou vídeos consertando o novo iPhone. Confira:
A empresa Wiltech, fundada por Becerra, já possui presença marcante em diversos países latino-americanos. Entretanto, no Brasil, ainda existem barreiras para a expansão, especialmente devido às diferenças linguísticas.