Uma revisão publicada no Journal of Neurochemistry, nesta quarta-feira (17), ressalta potenciais ligações mecânicas entre a Covid-19 e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Os diversos sintomas neurológicos experimentados por pacientes com Covid-19 sugerem que infecções virais podem aumentar o risco de neurodegeneração, o que, por sua vez, pode contribuir para o desenvolvimento de condições como a doença de Alzheimer.
A neurodegeneração é um processo progressivo e patológico que envolve a deterioração e a morte de células nervosas, ou neurônios, no sistema nervoso.
Esse fenômeno resulta na perda de função cerebral e pode levar a uma série de doenças neurológicas, incluindo Alzheimer, doença de Parkinson e ELA (esclerose lateral amiotrófica), nas quais as células nervosas essenciais para funções cognitivas e motoras são gradualmente danificadas e perdidas.
Isso causa sintomas como perda de memória, dificuldade de movimento e coordenação e outras deficiências neurológicas progressivas.
Os autores notam que a idade desempenha um papel preponderante tanto na doença de Alzheimer quanto na Covid-19, e ambas as condições parecem amplificar mutuamente seus impactos, possivelmente resultando em efeitos sinérgicos na neurodegeneração.
“Eu acredito que, nos próximos anos, evidências emergentes vão sustentar ainda mais a ligação entre infecções microbianas e doenças neurodegenerativas”, afirma o autor correspondente do artigo, Thomas E. Lane, da Universidade da Califórnia, em Irvine.
A equipe de Lane trabalha em busca de algumas dessas respostas.
“Nosso laboratório está atualmente infectando diversas linhagens de camundongos transgênicos com doença de Alzheimer com coronavírus murino [rato] e com Sars-CoV-2 adaptado para murinos, a fim de avaliar as influências na neuropatologia da doença de Alzheimer. Estamos ansiosos para ver como a infecção por coronavírus afeta a gravidade da doença”, enfatiza.
Além do Marburg: conheça outros vírus que causam hemorragias fatais