Muitos pais lamentam que seu filho, que costumava ser falante, começa a se fechar quando chega à adolescência. Mas ainda é possível se comunicar com eles, diz Cara Natterson, pediatra de Los Angeles, nos Estados Unidos.
Segundo ela, que é coautora do livro sobre puberdade “This Is So Awkward: Modern Puberty Explained” (“Isso é Tão Estranho: a Puberdade Moderna Explicada”, em tradução livre), é preciso mudar a forma de comunicação com os jovens.
Limite as palestras
No livro, Natterson e a coautora Vanessa Kroll Bennett dizem que o desejo dos pais de palestrar para seus adolescentes é forte, especialmente quando se sentem estressados ou fora de sua área de domínio.
“Normalmente, eles não prestam atenção porque são apenas palavras, palavras, palavras sendo jogadas neles”, afirma Natterson. Em vez disso, reserve um tempo para ouvir, diz ela, transformando um monólogo em uma conversa “e mostrando às crianças como é prestar atenção em outra pessoa”.
Fique curioso
Se o adolescente fizer uma pergunta difícil ou surpreendente, do tipo “O que é estupro?”, a médica sugere se aprofundar um pouco mais. Você pode tentar dizer: “Isso é interessante. O que te faz perguntar isso?”
A resposta deles provavelmente lhe dará um contexto útil. Muitas vezes, uma pergunta repentina surge de algo que eles ouviram, leram ou viram. “Então você pode responder à pergunta que está sendo feita com base nas informações de fundo que eles fornecem”, diz ela.
Mantenha a conversa
Depois de abordar um assunto que causa medo, como relacionamentos casuais, é tentador riscá-lo da lista, diz Natterson. Continue voltando a ele.
Um adolescente de 14 anos é diferente de um de 18 anos, e à medida que as crianças evoluem, também evoluem as questões com as quais estão lidando.
“Permita que a conversa se torne tão rotineira que seja algo insignificante”, diz ela. A melhor coisa sobre uma série de pequenas conversas, segundo Natterson, é que há espaço para você errar e depois consertar.
“As crianças adoram quando os adultos em suas vidas admitem que erraram. Deixe-as se sentirem superiores a você”, afirma ela, por serem falíveis.
Compartilhe suas próprias histórias com moderação
Se um adolescente está envolvido em algum drama, dizer a eles que um dia eles rirão disso não é útil, diz Natterson —isso porque eles não têm maturidade para olhar tanto assim para o futuro. E compartilhar seus próprios episódios dolorosos apenas desvia o foco para você.
Muitas vezes, os adolescentes, segundo ela, só querem que os adultos ouçam e ofereçam seu apoio.