As Nadadoras é um filme biográfico sobre duas irmãs da Síria, que viajaram para a Europa como refugiadas. Eventualmente, uma delas compete nas Olímpiadas de 2016 e de 2020. Vamos descobrir, agora a história real por trás do longa-metragem da Netflix.
As Nadadoras, que está no top 10 da Netflix, segue duas irmãs, Yusra e Sara Mardini, enquanto fogem de seu país natal, a Síria, em 2015, durante a sangrenta guerra civil.
As irmãs viajam do Líbano para a Turquia e planejam ser contrabandeadas para a Grécia em um bote.
Quando, no meio do mar Egeu, o motor de seu bote superlotado falha, eles e outros dois precisam salvar a vida dos outros refugiados a bordo.
Após sua experiência angustiante, as irmãs vão competir em eventos de natação nas Olimpíadas do Rio de 2016.
A história real de As Nadadoras
O pai de Sara e de Yusra era um treinador de natação e elas cresceram nadando na piscina local em Damasco. Yusra competiu pela Síria em Dubai e pela Turquia nos campeonatos mundiais.
Quando a guerra civil estourou em 2011, tudo mudou para suas irmãs – seu pai foi torturado após ser confundido com outra pessoa, sua casa foi destruída em um bombardeio e uma bomba não detonada caiu na piscina onde Yusra treinava.
A família decidiu que Yusra e Sara deveriam viajar para a Europa onde estariam mais seguras – ao chegarem à Turquia, embarcaram em um barco projetado para transportar sete pessoas, mas eram 18 a bordo.
Durante a viagem para a Grécia, o motor do barco parou e a embarcação começou a encher de água.
Sem outra opção, as irmãs e mais duas pessoas no barco que sabiam nadar pularam e nadaram ao lado do barco, mantendo-o à tona – todos os viajantes chegaram com segurança à ilha grega de Lesbos, a cerca de 12 quilômetros da costa turca.
Apesar de alcançar a segurança na Europa, este foi apenas o começo da jornada das irmãs. Elas seguiram para a Alemanha, onde ficaram em um centro de refugiados e lá conheceram o treinador de um clube de natação local.
Elas começaram a treinar no clube e Yusra conquistou uma vaga na Equipe Olímpica de Refugiados do COI para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Sara parou de nadar depois de chegar à Alemanha por causa de uma lesão no ombro que sofreu.
Yusra competiu nos 100 metros livre e nos 100 metros borboleta – venceu a bateria dos 100 metros borboleta contra outras quatro nadadoras, com o tempo de 1m09s21, ficando em 41º lugar entre 45 participantes.
Ela também competiu nas Olimpíadas de 2020 em Tóquio (que foram realizadas em 2021 por causa da pandemia de Covid), carregando a bandeira da Equipe Olímpica de Refugiados do COI na cerimônia de abertura. Ela fez o tempo de 1m06s78 na categoria feminina de 100m borboleta.
Uma das irmãs da vida real aparece em As Nadadoras
Sara não aparece no filme, mas tanto ela quanto Yusra estiveram envolvidas na produção e o filme é fiel às suas experiências. A dupla é interpretada pelas irmãs da vida real Manal e Nathalie Issa. Yusra aparece como dublê de sua própria personagem no filme.
O filme também apresenta muitos refugiados no elenco – a diretora Sally El Hosaini disse à Forbes: “Na verdade, escalamos muitos refugiados para o filme, que fizeram a mesma jornada e havia refugiados trabalhando no filme nos bastidores e tudo mais. Isso ajudou a garantir que estávamos contando a história da maneira certa.”
As Nadadoras está disponível na Netflix.
Sobre o autor
Guilherme Coral
Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes e séries, ao curso de Cinema e Audiovisual e atualmente me aventuro pela faculdade de Jornalismo.